Câncer infanto-juvenil requer atenção


No Brasil, ainda não se desenvolveram estratégias abrangentes para lidar com o câncer nessa faixa etária

Todas as crianças e adolescentes acometidos pelo câncer têm direito de acesso ao tratamento pleno. A cura é possível para a maioria. 

A sobrevida do câncer infanto-juvenil nos países do Primeiro Mundo ultrapassa 80%. Em países pobres não chega a 40%. No Brasil, chega a 70% em alguns centros, mas acredita-se ser inaceitavelmente baixa em algumas regiões.

No ano de 2014, em nosso país, o câncer, responsável por 2.724 mortes, constituiu a primeira causa de óbito por doença entre pessoas de 1 a 19 anos de idade. Há alguns anos ocupava posições menos relevantes no ranking das causas de morte em crianças no Brasil, superado por causas relacionadas às condições de pobreza da população, como desnutrição e infecções.

Felizmente, esses agravos diminuíram o que resultou na maior visibilidade ao câncer como causa de morte entre crianças e adolescentes. Agora, chegou a vez de combatê-lo. Vivemos, no Brasil, um período de transição longo demais, em que se observam impactos positivos na eliminação das doenças decorrentes da situação de pobreza, graças a progressos assegurados por políticas públicas, mas ainda não se desenvolveram estratégias abrangentes para lidar com o câncer nessa faixa etária.

As bases para a eficácia dos serviços de oncologia pediátrica estão contidas em investimentos sistemáticos em três pilares fundamentais: serviços de qualidade, pesquisa e educação continuada.

O apoio social viabiliza o tratamento de grande parte da população. A Associação Capixaba contra o Câncer Infantil (ACACCI) reconhece sua responsabilidade no cuidado desses seres e suas famílias e atua há 29 anos com esse propósito.

O Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HEINSG) abriga, há 30 anos, a Unidade de Referência Pública Estadual para Tratamento de Câncer em Crianças e Adolescentes. A criação desse setor inaugurou a oncologia pediátrica no Estado e, desde então, tem salvado muitas vidas. Mas é preciso avançar tendo a excelência como norte.

Recentemente, a sociedade capixaba testemunhou o despertar do envolvimento de governantes e gestores da saúde rumo a uma pediatria mais bem assistida, com reflexos também na oncologia pediátrica.

Estão previstas mudanças, entre elas a criação de mais leitos de terapia intensiva e reforma do Hospital-Dia de Oncologia. Espera-se que este seja o início de grandes transformações e que o alvo seja sempre resultados comparáveis aos dos melhores centros do mundo. Que a cura se baseie não somente na eliminação da doença, mas também na minimização das sequelas físicas, sociais e emocionais e se isso não for possível, que aos pacientes, assim como a suas famílias, sejam oferecidos os melhores recursos para que possam lidar com a intratabilidade.

Gláucia Perini Zouain Figueiredo é médica oncologista pediatra do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HEINSG)

Todas as crianças e adolescentes acometidos pelo câncer têm direito de acesso ao tratamento pleno. A cura é possível para a maioria.

A sobrevida do câncer infanto-juvenil nos países do Primeiro Mundo ultrapassa 80%. Em países pobres não chega a 40%. No Brasil, chega a 70% em alguns centros, mas acredita-se ser inaceitavelmente baixa em algumas regiões.

No ano de 2014, em nosso país, o câncer, responsável por 2.724 mortes, constituiu a primeira causa de óbito por doença entre pessoas de 1 a 19 anos de idade. Há alguns anos ocupava posições menos relevantes no ranking das causas de morte em crianças no Brasil, superado por causas relacionadas às condições de pobreza da população, como desnutrição e infecções.

 

Felizmente, esses agravos diminuíram o que resultou na maior visibilidade ao câncer como causa de morte entre crianças e adolescentes. Agora, chegou a vez de combatê-lo. Vivemos, no Brasil, um período de transição longo demais, em que se observam impactos positivos na eliminação das doenças decorrentes da situação de pobreza, graças a progressos assegurados por políticas públicas, mas ainda não se desenvolveram estratégias abrangentes para lidar com o câncer nessa faixa etária.

As bases para a eficácia dos serviços de oncologia pediátrica estão contidas em investimentos sistemáticos em três pilares fundamentais: serviços de qualidade, pesquisa e educação continuada.

O apoio social viabiliza o tratamento de grande parte da população. Associação Capixaba contra o Câncer Infantil (ACACCI) reconhece sua responsabilidade no cuidado desses seres e suas famílias e atua há 29 anos com esse propósito.

O Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HEINSG) abriga, há 30 anos, a Unidade de Referência Pública Estadual para Tratamento de Câncer em Crianças e Adolescentes. A criação desse setor inaugurou a oncologia pediátrica no Estado e, desde então, tem salvado muitas vidas. Mas é preciso avançar tendo a excelência como norte.

Recentemente, a sociedade capixaba testemunhou o despertar do envolvimento de governantes e gestores da saúde rumo a uma pediatria mais bem assistida, com reflexos também na oncologia pediátrica.

Estão previstas mudanças, entre elas a criação de mais leitos de terapia intensiva e reforma do Hospital-Dia de Oncologia. Espera-se que este seja o início de grandes transformações e que o alvo seja sempre resultados comparáveis aos dos melhores centros do mundo. Que a cura se baseie não somente na eliminação da doença, mas também na minimização das sequelas físicas, sociais e emocionais e se isso não for possível, que aos pacientes, assim como a suas famílias, sejam oferecidos os melhores recursos para que possam lidar com a intratabilidade.

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