24 de julho – 26º aniversário da lei de cotas

Colocação profissional da pessoa com deficiência visual: o desafio continua

Este ano a Lei de Cotas para pessoas com deficiência completa 26 anos de existência. Muitos avanços aconteceram neste período, porém, ainda existem grandes desafios para que este direito aconteça na prática. Um exemplo disto pode ser observado nos últimos dados da RAIS 2015 – Relatório Anual de informações sociais, do Ministério do Trabalho e Emprego, que demostra que somente 403 mil profissionais com deficiência está empregado, o que representa menos de 1% dos empregos formais no País.
 
As motivações são inúmeras para que os profissionais com deficiência não sejam incluídos profissionalmente e segundo Edson Defendi, coordenador da área de colocação profissional e de garantia de direito ao trabalho da Fundação Dorina Nowill para Cegos: “a pessoa com deficiência visual é que a menos se emprega se compararmos a outras deficiências, pois são observadas muitas crenças equivocadas, desconhecimento e pouca informação referentes a este processo”.
 
Para tirar algumas dúvidas e derrubar tabus que ainda existem na contratação de pessoas com deficiência, Defendi dá três dicas que podem facilitar a inclusão profissional da pessoa com deficiência visual.
 
  1.      Nem toda a pessoa com deficiência visual é cega!
De acordo com o Censo/2010, há 6,5 milhões de brasileiros com deficiência visual, e o maior de grupo de pessoas com deficiência visual possui baixa visão, ou seja, 6 milhões possuem algum resíduo visual. Ao contratar um profissional com baixa visão não se intimide, pergunte a ela sobre sua deficiência, como ela enxerga e de que maneira pode auxiliá-la em sua rotina de trabalho.
 
  1.      Recursos de acessibilidade são fundamentais e muitas vezes sem ou com baixo custo.
Existe um mito de que os recursos de tecnologia e acessibilidade que garantem a performance do trabalhador com deficiência visual em seu posto de trabalho são onerosos. Isso é um mito, entre tantos outros! Atualmente existem muitos recursos, inclusive gratuitos, que são imprescindíveis. Dentre os recursos estão softwares de leitura de telas para uso nos computadores e celulares, por exemplo. Converse com seu colaborador (a) com deficiência visual. Ele (a) é melhor pessoa para te informar suas necessidades e apoiar na adaptação destes postos. Neste caso, a acessibilidade atitudinal e a escuta são muito essenciais!
 
  1.      A pessoa com deficiência visual exige da equipe um monitoramento constante.
“As empresas solicitam estudos de seu ambiente para analisar a acessibilidade e postos de trabalho nos quais a pessoa cega poderá se desenvolver da mesma maneira que uma pessoa sem deficiência. Assim, encaminhamos os profissionais com o perfil desenhado pela empresa visando sua alta performance. Além disso, nossos profissionais fazem capacitações e sensibilizações para garantir que a pessoa exerça sua função e que a contratação seja uma via de mão dupla, com ganho para todas as partes”, finaliza Defendi.
 
A Fundação Dorina tem uma equipe direcionada ao trabalho da inclusão profissional de pessoas com deficiência visual. São feitos e recebidos contatos de empresas interessadas na contratação e que enxergam a pessoa e não sua deficiência e que, além de cumprir a Lei de Cotas, visa também trabalhar a diversidade e garantir equipes em que as capacidades são a grande chave-mestra da contratação.
Empregabilidade
 
Essa é uma crença muito arraigada nas empresas e que diz respeito a uma suposta “dependência social”. A pessoa com deficiência visual, principalmente a pessoa cega, desenvolve uma série de estratégias pessoais para conhecer o ambiente com autonomia e fazer uso dele com segurança e agilidade. Uma boa dica é descrever de forma sucinta o ambiente indicando e orientando locais chaves como banheiro, o acesso aos elevadores, escadas e outros. Ele se ocupará em aguçar essa percepção do ambiente e poderá circular de forma independente e autônoma.

Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos

A Fundação Dorina Nowill para Cegos trabalha há 71 anos para que crianças, jovens e adultos cegos e com baixa visão sejam incluídos em diferentes cenários sociais. A instituição oferece serviços gratuitos e especializados de orientação e mobilidade (uso da bengala), educação especial (apoio escolar, aulas de braile), clínica de visão subnormal e programas de inclusão profissional. A Fundação Dorina é referência na distribuição de materiais nos formatos acessíveis braile, áudio, impressão em fonte ampliada e digital acessível Daisy, que são enviados gratuitamente para mais de 3 mil escolas, bibliotecas e organizações em todo o Brasil. www.fundacaodorina.org.br | www.facebook.com/fundacaodorina

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