Por Georgia Noronha
A dinheirofobia é um tipo de medo/fobia que pessoas possuem em relação ao dinheiro, onde os primeiros estudos sobre esta “doença” foram realizados em 2003, por cientistas, no Reino Unido.
No Brasil, dinheiro é um tabu e muitas pessoas têm dificuldades em lidar com ele. O assunto dinheiro pode criar até conflitos entre família, amigos, sócios e outros tipos de relacionamento. Esses são alguns dos motivos que fez com que a empresa Google realizasse um estudo em parceria com a Liga Pesquisa e Provokers, para compreender “a relação do brasileiro com dinheiro”. O estudo contou com a participação de consumidores e formadores de opinião e mostrou que alguns fatores, que explicam que a dificuldade do brasileiro para lidar com dinheiro está relacionada ao comportamento. Segundo a pesquisa, as pessoas costumam pensar mais no curto prazo que no planejamento de longo prazo. As crenças limitantes o fazem desconhecer que além do trabalho, o dinheiro pode vir de outras fontes, como investimentos, por exemplo. A falta de educação financeira e o medo de perder dinheiro, também são fatores que impedem as pessoas de lidar com as finanças e prosperar.
O jornal Eu Amo Meu Bairro entrevistou o Especialista em Finanças, Paulo Costa, que é referência em Mentalidade e Comportamento Financeiro, autor de três livros e atua há mais de 25 anos na área, onde falou sobre a dinheirofobia.
Confira a entrevista completa:
EAMB: O que é dinheirofobia?
Paulo Costa: já ouvimos falar bastante sobre crenças limitantes, que é tudo aquilo que as pessoas escutaram ou visualizaram na infância, dentro do ambiente familiar – onde foram criadas -, além de falas dos pais e outros familiares, colegas e professores de escolas, em igrejas, entre outras influências. Frases como: “dinheiro não traz felicidade”; “rico não vai para o céu”; “é mais fácil o camelo passar no fundo da agulha que o rico ir para o céu”; “dinheiro é sujo”; “é muito difícil ganhar dinheiro”; dentre outras, geralmente são caracterizadas como crenças limitantes. No entanto, eu chamo essas crenças de dinheirofobia, ou seja, fobia de dinheiro, onde podemos caracterizá-la como uma “doença”. Pessoas que tem dinheirofobia apresentam os seguintes comportamentos: medo de ganhar ou perder dinheiro, medo de investir, vergonha de falar sobre o assunto com sócios, parentes e amigos, dentre outros que criam uma barreira entre elas e o dinheiro.
EAMB: Como você consegue quebrar essa barreira? Você faz a pessoa enxergar como está a sua saúde financeira?
Paulo Costa: Exatamente. A saúde financeira é comparada à saúde física. Se você não cuida da saúde física, com desculpas de que não tem tempo, nem dinheiro, certamente terá que ter recursos para cuidar da doença. Vai precisar de mais dinheiro e tempo para isso, terá que trocar a sua cama por uma maca, seu carro por uma ambulância, sua comida gostosa por aquele alimento horrível do hospital, ou até mesmo por um soro, vai trocar a sua tranquilidade por uma preocupação. A saúde financeira funciona da mesma forma, se não cuidar do dinheiro e o deixar mandar em você entrará na dificuldade financeira. Em meu trabalho de mentoria utilizo um método, onde primeiramente ajudo o cliente a descobrir seus valores, qualidades, recursos, estratégias e experiências que deram certo, que o fizeram prosperar de alguma forma. No segundo momento o ajudamos a descobrir suas dificuldades, limitações, barreiras que o atrapalham sua evolução, então, uso uma técnica de reprogramação mental, comparada a formatação de um computador. Retiramos aquelas crenças que não estão dando resultado e implantamos novas em sua a mente. É realmente uma reprogramação mental, fazendo com que ressignifique, ou seja, dê um novo significado para o dinheiro e sua relação com ele.
EAMB: Você tem muitos casos de pessoas que precisaram ressignificar sua relação com o dinheiro e que tiveram mudanças drásticas em suas vidas? Que tipo de crença é mais frequente?
Paulo Costa: São muitos casos. Eu atuo nesta área há mais de vinte e cinco anos e uma das crenças de clientes de consultoria e mentorados meus, que aparecem com muita frequência é a de ter que resolver o problema dos outros e esquecer de si mesmos. São pessoas que tem dificuldade de dizer não. Elas emprestam o nome, dinheiro, cartão de crédito, compra coisas para pessoas, faz favores para quem está com o nome negativado e nunca recebe o que emprestou. Segundo os mandamentos bíblicos devemos “Amar ao próximo como a ti mesmo”, no entanto, a pessoa passa a amar e fazer tudo pelo próximo, esquecendo de si próprio.
EAMB: Sobre o livro “DinheiroFobia”, qual é sua abordagem? Do que se trata?
Paulo Costa: O livro contém vários cases de sucesso de clientes meus, fazendo com que o leitor possa se espelhar nas informações e se questionar, realizando comparações. O leitor refletirá sobre a forma que está agindo, se existe solução para sua empresa ou para ele mesmo, se pode trabalhar questões financeiras com sua família, enfim. Já passaram por minha mentoria cerca de 04 juízes, 15 médicos, advogados, engenheiros, profissionais liberais de várias áreas, pequenos e médios empresários com diversas dificuldades financeiras, querendo respostas para seus problemas. Então, o conduzo, “entrando na mente do empresário”, mudando seu Mindset (modelo mental ou forma de enxergar as situações), para responder suas dúvidas e transformar as crenças que estão em sua mente. Percebo que a empresa é o espelho do dono. Quando eu era somente um consultor trabalhava a empresa e o problema. Hoje percebo que isso não dá mais resultado, então, atuo diretamente na mente do empresário. Desta forma a solução e a prática acaba ficando bem mais fácil de resolver. O livro ainda não foi lançado, estamos finalizando detalhes para logo divulgar a data de lançamento.
Sobre Paulo costa
Paulo Costa é Mentor, Especialista em Finanças há mais de 25 anos. Ajuda empresas e famílias a fazerem as pazes com o dinheiro e eliminar os inimigos financeiros como a “dinheirofobia”, que impede de realizar os sonhos. É referência em Mentalidade e Comportamento Financeiro. Através da sua Mentoria já ajudou a eliminar a “dinheirofobia” da vida de centenas de clientes. Autor de 3 livros, realizou um trabalho de recuperação do Banestes em 2004.
Instagram: @paulocostafinancas
Site: https://paulocosta.com.br
