Como perceber se seu filho tem birra ou um problema que merece estudo e mais atenção?
Diferentes sentimentos estão no cotidiano das pessoas ao longo da vida. Alegria, tristeza, raiva, medo. Esses fenômenos podem resultar em emoções e reações autodestrutivas, como a raiva e o ódio. Uma recorrente dúvida entre os pais é entender e atuar corretamente diante do sentimento de raiva por parte dos filhos, especialmente na primeira infância.
Segundo a psicóloga Lenita Alves, a raiva é sempre um sinal importante da criança e uma reação que precisa ser considerada pelos pais e educadores. Ela explica que a raiva é a manifestação da frustração e que uma criança tem capacidade de interpretação e inteligência. Assim sendo, é preciso dialogar com a criança, a fim de evitar acontecimentos como birra diante de um objetivo não alcançado. Lembrou que uma das manifestações da frustração por parte da criança é por meio da raiva.
“É uma das manifestações, mas existem outras. Nestas situações, pai e mãe também se sentem frustrados. Muitas vezes é recorrente pais trazerem atitudes descontroladas dos filhos até mim, mas percebo que pessoas que passam parte do tempo com a criança também se descontrolam. A criança repete o comportamento do adulto e sempre questiono o ambiente da casa, se existem entre os adultos explosões de raiva. Não adianta exigir de uma criança aquilo que eu não faço”, diz Lenita.
Lenita afirma que para conter as cenas de birra ou descontrole da criança é preciso segurá-la e contê-la, até que se acalme e sinta-se acolhida. “O diálogo é o primeiro caminho. A primeira coisa a fazer depois de acalmar é questionar o que a levou a esta reação. As crianças querem ser ouvidas e quando têm quatro, cinco ou seis anos, o seu universo se resume à família, brincadeiras e escola. É disso que ela vive e sobre isso que fala”, observa.
Lenita fala também que é necessário um trabalho de construção para se garantir que tais cenas não se repitam ao longo da vida.
“É um treinamento na infância, e a criança vai precisar aprender a se controlar na escola, em compromissos sociais e no trabalho”, finaliza.