Entendendo uma condição pouco conhecida que afeta muitas mulheres ao redor do mundo
Lipedema é uma condição médica que ainda gera muitas dúvidas e é frequentemente subestimada em seu diagnóstico. Caracterizada pelo acúmulo anormal de tecido gorduroso em determinadas áreas do corpo, principalmente pernas e braços, o lipedema pode causar dor significativa e alterações estéticas.
Este artigo visa educar os leitores sobre os sinais que podem indicar a presença desta condição e a importância de buscar orientação médica adequada.
O que é Lipedema
O lipedema é uma doença crônica que envolve o depósito desproporcional de gordura nos
membros inferiores e, às vezes, nos braços.
Segundo o especialista André Araújo, o lipedema é distinto da obesidade comum por sua distribuição simétrica e não responde a dietas ou exercícios convencionais. Essa condição pode progredir ao longo do tempo, levando a complicações sérias como o linfedema, se não tratada adequadamente.
Essa condição inflamatória, “apesar de ser conhecido há cerca de 40 anos, somente na última década essa condição foi amplamente estudada e reconhecida como uma doença distinta. A doença é associada a desequilíbrios hormonais, especialmente relacionados ao estrogênio, sendo quase exclusivamente uma condição feminina”, explica o doutor.
Fatores de risco e diagnóstico
Essa doença possui um componente hereditário significativo, com 60 a 70% das mulheres afetadas tendo um histórico familiar da condição.
Momentos de mudança hormonal, como puberdade, gravidez, uso de anticoncepcionais à base de estrogênio e menopausa, podem exacerbar os sintomas do lipedema. Além disso, a obesidade pode agravar a condição.
A doença causa inflamação no tecido adiposo, levando a necrose e fibrose, com a gordura ficando retida e provocando dor e deformidades nos membros afetados.
Existem diferentes estágios da doença, variando de leve a severa, e o tratamento pode incluir tanto abordagens clínicas para reduzir a inflamação quanto intervenções cirúrgicas, como a lipoaspiração, para remover a gordura doente.
A partir de 2022, o lipedema foi oficialmente reconhecido como uma doença, anteriormente confundida com celulite ou simplesmente um biotipo corporal. Esse reconhecimento é fundamental para o tratamento adequado e o alívio dos sintomas em muitas mulheres que sofrem com essa condição.
O diagnóstico é principalmente clínico, baseado na história do paciente e exame físico, mas pode ser auxiliado por ultrassom ou outros métodos de imagem para descartar outras condições.
Sinais de alerta do Lipedema
Alterações na textura da pele
Um dos primeiros sinais de lipedema é uma mudança na textura da pele, que pode se tornar mais macia ou dolorosa ao toque. Essa alteração é frequentemente acompanhada de um padrão de celulite mais evidente, mesmo em estágios iniciais.
Uma pessoa pode notar que a textura da pele em áreas como coxas e quadris está se tornando mais macia ao toque. Além disso, podem observar um aumento na visibilidade da celulite, mesmo em estágios iniciais do lipedema. Por exemplo, ao passar a mão sobre a pele, ela pode notar irregularidades que antes não eram tão evidentes.
Desconforto e dor crônica
O lipedema pode ser extremamente doloroso. A dor é geralmente descrita como uma sensibilidade constante nos tecidos afetados, que piora com o toque ou a pressão. Essa característica distingue o lipedema de outros tipos de acúmulo de gordura que não são acompanhados por dor.
Uma pessoa com lipedema pode experimentar uma sensação de dor constante nos tecidos afetados. Por exemplo, ao pressionar levemente as áreas afetadas, como as coxas, a pessoa pode sentir uma dor aguda ou uma sensação de queimação. Essa dor pode ser persistente e não aliviar mesmo com repouso.
Inchaço e edema
Inchaço persistente que não melhora com elevação dos membros pode ser um sinal de lipedema. Esse inchaço é diferente do edema típico, que tende a diminuir com o repouso. No lipedema, o inchaço é resistente e se mantém, contribuindo para o aumento progressivo do volume dos membros.
Uma pessoa pode notar inchaço persistente em suas pernas que não diminui mesmo após descanso e elevação dos membros. Por exemplo, ao final do dia, as pernas podem estar significativamente mais inchadas do que de manhã, mesmo após terem sido mantidas elevadas.
Esse inchaço pode ser observado ao redor dos tornozelos e ao longo das pernas, contribuindo para um aumento progressivo no volume dos membros ao longo do tempo.
Reconhecendo o Lipedema e buscando ajuda
Autoavaliação e conscientização
É importante estar ciente dos sinais e sintomas do lipedema para uma autoavaliação eficaz. Se você notar o aparecimento de dor, inchaço ou mudanças na textura da pele nas pernas e braços, sem melhora com mudanças de dieta ou exercício, considere a possibilidade de lipedema.
Consulta com um especialista
Ao identificar possíveis sinais de lipedema, é crucial consultar um médico especializado em
linfologia ou doenças vasculares. Esses profissionais podem fornecer um diagnóstico preciso e discutir opções de tratamento, que podem incluir medidas de controle como compressão, fisioterapia especializada, e em alguns casos, cirurgia.
Em resumo, o lipedema é uma condição complexa que requer uma abordagem cuidadosa tanto para diagnóstico quanto para tratamento. Reconhecer os sinais iniciais e procurar ajuda médica especializada são passos essenciais para gerenciar essa condição e melhorar a qualidade de vida.
Para quem busca mais informações ou acredita que possa estar sofrendo desta doença, considerar uma avaliação para lipedema pode ser um importante primeiro passo.
Colaboração: SEO Marketing