Cachoeira da Fumaça (Foto: Divulgação Prefeitura de Alegre)
Da série: Origem e evolução dos nomes dos municípios capixabas
Dando continuidade a nossa série sobre a toponímia capixaba apresentamos a seguir origem de mais seis municípios.
ALEGRE – Cidade Jardim
No longínquo no ano de 1811, o pequeno “Povoado de Alegre” integrava o município de Cachoeiro de Itapemirim. Com o aumento populacional, e após a edição do Decreto Provincial nº 22, de 24/7/1858, aquele lugarejo foi elevado à categoria de freguesia, passando a se chamar “Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Alegre”. Denominação alterada pela Lei Provincial nº 7, de 4/11/1869, para “Freguesia de Nossa Senhora da Penha do Alegre”.
Lá pelos idos de 1884, conforme a Lei Provincial nº 18, de 3/4, a freguesia foi desmembrada de Cachoeiro de Itapemirim e elevada a categoria de município, à época, denominado de ”Vila de Alegre”. Por fim, com o advento da Lei Estadual nº 1.208, de 22/12/1919 a sede da vila (município) foi elevada a categoria de cidade.
De acordo com Carlos Magno Rodrigues Bravo, no livro “Nossas Raízes – O Alegre até o ano de 1920: Fatos e Biografias”, pág. 10, a toponímia municipal deve-se ao alferes João do Monte da Fonseca, que escolheu a denominação de Alegre ao riacho que, ainda hoje, corta a cidade, nome que se estendeu, mais tarde, também ao rancho e ao povoado que, às suas margens desenvolveu-se.
Por outro lado, há uma versão popular e poética, incorporada à cultura local, que atribui o nome “Alegre” à homenagem prestada por João Teixeira da Conceição, [proprietário do primeiro rancho], a sua cachorrinha que, ao perseguir uma caça, teria perdido a vida ao cair numa cachoeira.
ALFREDO CHAVES
A atual “Terra da banana e do leite”, por volta de 1700, se chamava “Povoado de Nossa Senhora da Assumpção” e pertencia ao município de Benevente, atual Anchieta. Meio século depois, lá pelos anos de 1750 teve sua denominação alterada para “Povoação de Nossa Senhora da Conceição”. Mais meio século se passou e o nome novamente foi alterado, desta vez para “Povoado de Alto Benevente”.
Até que em 24/01/1891, com a edição do Decreto Estadual, desmembrou-se de Anchieta e foi elevado a categoria de município, à época, denominado “Vila de Alfredo Chaves”.
O Epônimo municipal homenageia o engenheiro militar e deputado federal “Alfredo Rodrigues Fernandes Chaves”, que ocupou os cargos de ministro da Guerra [1885-1886] e da Marinha [1886-1887], além de ter sido o “Inspetor Geral de Terras e Colonização do Império”.
Hésio Pessali, em sua obra “Alfredo Chaves – Uma visão histórica e política” (pág. 29) assevera que: a passagem do engenheiro “pela região, em 1878, foi marcada pelo esforço para apaziguar conflitos na administração da Colônia, principalmente no trato com os imigrantes”. Motivo pelo qual foi merecedor da homenagem.
ALTO RIO NOVO
Por volta de 1915, o então denominado “Patrimônio de São José de Alto Rio Novo” pertencia ao município de Colatina. Nome este que, três anos depois foi alterado para “Patrimônio de Alto Rio Novo”. Com o crescimento da população e a edição do Decreto Lei nº 9.941, de 11/11/1938, foi elevado à categoria de “Distrito de Alto Rio Novo”, no mesmo município.
Com a edição da Lei Estadual nº 777, de 29/12/1953, o então “Distrito de Alto Rio Novo” foi transferido para o município de Pancas. Entretanto, após a decisão do STF – Supremo Tribunal Federal, no acórdão 244, de 04/10/1955, que declarou inconstitucionalidade da Lei Estadual 777/1953, o distrito voltou a pertencer ao município de Colatina. Mas, com a edição da Lei Estadual nº 1.837, de 21/2/1963 foi elevado à categoria de município com a mesma denominação.
A toponímia municipal decorre do fato dos desbravadores José Marques da Silva e José Ludjério da Silva terem seguido a nascente do Rio Bananal, e após subirem pela Serra da Cangalha no Alto Beija-Flor encontraram um rio que chamaram de Rio Novo. Desta forma a localidade passou a ter o topônimo de Alto Rio Novo.