O ótimo é inimigo do bom
Que título mais trágico para um texto! Já diriam os perfeccionistas de plantão. E você? Faz parte deste seleto grupo?
Falar sobre perfeccionismo é uma tarefa bastante árdua, principalmente devido à alta exigência do público que se encaixa neste perfil, mas tudo bem, brincadeiras à parte; o assunto é polêmico e merece nossa atenção.
Então vamos lá: Quantas vezes você deixou de fazer algo por acreditar que o seu “projeto” não estava à altura do solicitado, ou do cliente? Seja uma palestra, um trabalho de faculdade ou uma nova ideia no trabalho.
Não importa o quê, nem para quem, o que importa mesmo é que você desistiu de algo por acreditar que não estava a sua altura ou da expectativa do cliente. De qualquer forma, não estava tão bom assim.
O perfeccionismo, nos dias de hoje, tem sido utilizado como um escudo daqueles bem bonitos, estilo o visto no filme do “Capitão América”, conhecem? Pois bem, não que aguardar o tempo de maturação de um projeto não seja bacana, o que não dá é para desejar que ele fique perfeito, pois quanto mais você espera, mais você perde o seu tempo.
A minha querida e inspiradora Brené Brown, no livro: A Coragem de Ser Imperfeito, diz que ao contrário do que se pensa, o perfeccionismo não é a chave para o sucesso, na verdade ele dificulta a conquista.
Guardo algumas lembranças da minha vida organizacional, dentre elas, lembro-me de uma das minhas grandes Diretoras de RH, que sempre nos dizia: Nós vamos esperar o trabalho valer 10 para entregar e correr o risco de perdermos o “time”, ou vamos tirar 7 ou 8 e mantermos as nossas entregas?
E você? Já havia pensado desta forma? Caso seja sim, o que acontece então que nos faz querer sempre tirar nota 10, em vez de nos arriscarmos mais?
Caiu a sua ficha, ou você não é do tempo das fichas? É isso mesmo, infelizmente! Na verdade, atrás da nossa necessidade de tirar sempre um 10 bem bonito por nossas entregas, escondemos nossos medos, o medo de errar e de não corresponder às expectativas dos outros, de ser criticado e ainda correr o risco de perder a imagem de “bom moço” adquirida dentro dos grupos que pertencemos.
Estas fragilidades acompanhadas de medo, revelam o quanto as preocupações que temos em agradar, refletem também o Gap que temos entre termos autoestima e nos sentirmos o bastante, e a velha frase “O que os outros vão pensar de mim?”.
Para conseguirmos ultrapassar essa barreira é preciso que estejamos dispostos a praticar mais a autocompaixão e o amor próprio, que apenas serão possíveis se praticarmos a generosidade com nós mesmos.
É preciso aprender a nos amar mais e a nos respeitar mais. Somos tão tolerantes aos erros e às falhas dos outros que parece até incoerente não fazermos o mesmo por nós mesmos.
Somos pessoas, somos frágeis, você querendo ou não. Não deixe que o ótimo seja inimigo do bom e te impeça de mostrar ao mundo o seu melhor.
Sim, seria ideal malhar 05 dias na semana 01 hora por dia, mas já é muito melhor do que ficar em casa comendo pipoca e vendo TV, malhar apenas 02 vezes na semana por 40 minutos.
E ainda digo mais, as altas expectativas mais nos servem de desculpas para deixarmos para amanhã o que poderíamos ter começado hoje, do que de fato te aproximam do perfeito.
E aí? O que você está esperando? Vamos colocar em prática agora os planos que já atingiram nota 07?
Levanta dessa cadeira e faça a sua vida acontecer.
Pense nisso.