A criminalidade urbana e a razão do lucro cessante nos negócios

Por Ademilson Mota

O crime só existe se houver alimentos para ele se adaptar e desenvolver na sociedade. Contudo, os alimentos de sustentação dos crimes são as sinergias produzidas pelo próprio negócio. Então a criminalidade tem um lar perfeito entre nós. Só que pagamos um preço alto pela criminalidade, pois as sequelas deixadas pelos crimes provocam os lucros cessantes dos negócios e arruína a vitalidade que impulsiona o vigor de sua razão. Logo, sem segurança não haverá desenvolvimento para o seguimento da vida.

Os negócios econômicos, especialmente da área comercial, estão resistindo a múltiplos desafios que ampliam as complexidades de competição e restringem as contingências de sobrevivência dos negócios. Sendo, o maior desses obstáculos é a evolução da criminalidade, que apesar de não ser um fenômeno novo, a criminalidade se desponta como o maior medo da sociedade atual como um todo.

Se para os negócios as consequências dos efeitos da criminalidade acarretam lucro cessante que aniquila o poder de tração de competitividade, para as pessoas ela constrói uma perene enxovia que age sem misericórdia de reféns.

A criminalidade é persistente na sociedade desde o início da história da humanidade. Há diversas teorias que explicam os fatores que geram a criminalidade entre infinidades de situações, principalmente, como sendo oriundas do indivíduo transgressor, da psique do criminoso ou da formação comportamental dos circunvizinhos. Mas, o que isso importa se as causas da criminalidade, na maioria das vezes, têm finalidade econômica pelo praticante e uma consequência exterminadora para os que sofrem seus resultados. Além do mais, a criminalidade tem um custo e este custo tem um preço alto que é pago pela sociedade.

Além de ceifar vidas, que institui o fim da expectativa econômica de toda geração familiar, (que diga as esposas e os filhos que perderam seus mantenedores e dos jovens promissores que foram abatidos prematuramente), a criminalidade extermina o espírito de competitividade dos ambientes de competição e pulveriza a indolência do dinamismo empresarial, causando temor, prejuízos, abreviando sonhos e limitando alcances almejados. 

A sociedade paga pela segurança privada e pela evasão patrimonial que são repassados ao preço final dos produtos e ainda perde a qualidade de vida provocada pela insegurança. Mas, esse pesadelo não se restringe a essas questões. Pois, a dimensão é muito mais expressiva e substancial se aludimos aos gastos dos governos com o combate aos crimes, com as políticas de condenação e com os custos de encarceramento. Sem mencionar nos elevados e ineficientes gastos com a saúde pública para o atendimento das vítimas e com a justiça criminal, que são atividades financiadas com o dinheiro público advindo de impostos que deveriam ser investidos no contexto do desenvolvimento da sociedade.

As dimensões para precificar as perdas de receita dos negócios, vão além de critérios matemáticos. Entretanto, incide sobre toda a sociedade. A priori, o preço alto da criminalidade recai sobre todos. Quanto maior for a criminalidade, maiores também serão os desafios para poder competir e sobreviver.

Portanto, para quem tem negócio o maior medo é o fracasso. Sendo que a criminalidade é o pesadelo que provoca a perda de tração empresarial pelo lucro cessante e restringe os sonhos da sociedade com atrofiamento de seus recursos.

A propósito, temos que procurar respostas para os nossos medos de hoje, porque senão viveremos em uma sociedade minguada e atônica com anseios reprimidos em pesadelos desatinados dado as ações perversas da criminalidade, que opera nos ambientes de negócios e na coletividade, que por natureza já é desafiada por muitos outros pesadelos.

Amarrados perdemos nossos movimentos. Então, que nossas conquistas futuras sejam por ambientes seguros, do contrário os negócios não irão prosperar e a sociedade não vai se desenvolver para o seguimento da vida, porque tudo é um processo com consequência e resultado no vaco temporal dos acontecimentos.

One thought on “A criminalidade urbana e a razão do lucro cessante nos negócios

  1. Roger Trancozo says:

    Excelente abordagem do problema da criminalidade e os prejuízos que a mesma acarreta, seja material, social, emocional. Outros mercados, não criminosos, também se beneficiam da criminalidade; podemos citar os condomínios fechados, os carros blindados, os cursos de defesa pessoal, as armas de fogo etc.

Deixe um comentário

Eu amo meu bairro - Grande Vitória