Foto: Divulgação Prefeitura Municipal de Atílio Vivacqua
Origem e Evolução dos nomes dos municípios Capixabas – Parte 4
Hoje falarei sobre a origem e a evolução toponímica de mais três municípios capixabas, sempre colocando a frente dos seus nomes uma frase extraída do hino oficial do município.
ATÍLIO VIVACQUA
(…o poeta se vestiu de ilusão…)
Em 1891, quando os primeiros desbravadores ingressaram pelos chamados sertões de Cachoeiro de Itapemirim, eles chegaram a uma localidade próxima ao rio Muqui, e em pouco tempo a denominaram de “Vendinha”. Dez anos depois, este lugarejo era chamado de “Povoação Werneck”.
Em 1911, na nova Divisão Territorial/Administrativa do Estado do Espírito Santo, aquele pequeno povoado havia sido elevado à categoria de distrito, mas com outro nome: “Distrito de São Gabriel do Muqui”. Não demorou dois anos, até que sua denominação fosse novamente alterada, desta vez para: “Distrito de São Felipe”, conforme Lei Estadual nº 933, de 6/12/1913.
Nova alteração toponímica ocorreu quando da edição do Decreto-Lei nº 15.177, de 31/12/1943, momento que passou a denominar-se: “Distrito de Marapé”.
Por duas décadas teve este nome, que deriva do tupi, Mbará-apé, e significa: “o caminho do mar” ou “que leva ao mar” (Sampaio, pág. 280), até que, com a publicação da Lei Estadual nº 1.916, de 30/12/1963, seu território foi desmembrado de Cachoeiro de Itapemirim e elevado à categoria de município, com o nome que detém até a atualidade.
O Epônimo municipal homenageia o munizfreirense Atílio Vivacqua [1894-1961], jornalista, vereador, presidente da Câmara de Cachoeiro de Itapemirim (1920-1922), deputado estadual (1923-1930, 1935-1936), Secretário de Estado da Educação, advogado e presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e senador da república por dois mandatos consecutivos (1946-1961).
Era irmão da dançarina, naturista, atriz, escritora e feminista Dora Vivacqua (1917-1967), mais conhecida pelo nome artístico “Luz del Fuego”.
O homenageado é autor dos livros: “A moral e o direito” (1914), “O escotismo” (1916), “Separação de corpos no direito brasileiro” (1917), “Motivos do Brasil moderno” (1929), “A escola ativa brasileira” (1930), “Educação brasileira” (1930), “A questão do imposto em espécie sobre o café” (1932), “A inamovibilidade da magistratura e o habeas-corpus” (1932) e “A nova política do subsolo e o regime legal das minas” (1942).
BAIXO GUANDU
(…grande fonte hospitaleira…)
A atual cidade de Baixo Guandu, localizada nas coordenadas geográficas: Latitude -19.5156 e Longitude -41.0123 teve início aproximadamente em 1875, em um minúsculo aglomerado rural pertencente ao município de Linhares, e se denominava “Núcleo de Baixo Guandu”.
Ante o crescimento populacional na localidade foi elevado à categoria de “distrito de Baixo Guandu”, conforme Lei Estadual nº 1.045, de 9/12/1915.
Poucos anos depois, quando da edição da Lei Estadual 1.307, 30/12/1921, o município de Linhares foi desmembrado para a criação de um novo município, o de Colatina. Passando, então, o distrito de Baixo Guandu a integrar esta nova unidade municipal. Até que, em 1935 foi elevado à categoria de “Município de Baixo Guandu”, conforme Lei Estadual nº 6.152, de 10/4/1935.
Atualmente o município detém o título de “Capital Estadual do Voo Livre”. Assim declarado pela Lei Estadual nº 10.838, de 16/5/2018.
O topônimo municipal decorre da palavra indígena “nandu”, que pode ser variante de “nhandu” (ema). O “Baixo” foi acrescentado porque a foz do rio Guandu está em área baixa.
BARRA DE SÃO FRANCISCO
(…A Sentinela Capixaba…)
Lá pelos idos de 1910, lavradores de Minas Gerais e Colatina migraram para a região na confluência dos rios Itaúnas e São Francisco, localizada no então 2º distrito do município de São Mateus, à época, denominado de Distrito de Serra dos Aimorés (atual Nova Venécia) e fundaram o “Patrimônio de São Sebastião”.
Com o passar dos anos, e a chegada de mais pessoas a localidade, o pequeno agrupamento populacional foi elevado à categoria de distrito pela Lei Estadual de 24/6/1935, passando doravante a se chamar “Distrito de Barra de São Francisco”.
O desmembramento territorial de São Mateus, e a elevação a categoria de município de Barra de São Francisco, deu-se através do Decreto-Lei Estadual nº 15.177, de 31/12/1943. Já a instalação, ocorreu em 1/3/1944.
A Geonímia municipal, ou seja, o nome geográfico da localidade deve-se ao fato de a cidade ter sido construída na foz (barra) do rio São Francisco.
Hodiernamente o município detém o título de “Capital Estadual do Granito”. Assim declarado pela Lei Estadual nº 9.928, de 19/11/2012.
Até a próxima.
Conheça a origem toponímica de outros municípios capixabas em: https://euamomeubairro.com.br/category/coluna-direito-e-historia-por-gilber-rubim-rangel/