Avaliação neuropsicológica. O que é?

Neuropsicologia é uma área da Psicologia voltada para avaliação no campo das perdas de potencialidades educacionais, dos problemas de aprendizado e para percepção da estrutura de funcionalidade cerebral, principalmente para questões de memória e desenvolvimento psicomotor. 

Hoje, esta avaliação é muito solicitada por médicos neurologistas, psicopedagogos e pedagogos de instituições educacionais. Para este contexto, são crianças e adolescentes em pleno processo educacional desde a pré-escola até o segundo grau. Há também uma indicação crescente para avaliação de diagnósticos de Alzheimer, perdas de memória e  disfunções psicomotoras para um público de idosos. 

Tratamento de forma interdisciplinar, por quê? 

Essa busca interdisciplinar no processo diagnóstico é um excelente caminho para que pela  intervenção de especialidades médicas da Psicologia e a Pedagogia, o paciente tenham clareza sobre os fatores reais que provocam as perdas cognitivas, motoras e de memória. Assim também, como identificar qual de fato é o foco desencadeante do problema de aprendizado.

Por exemplo, a escola tem uma percepção de que uma criança no 4° ano apresenta dificuldades na escrita, leitura e em processos matemáticos. Mas, ao mesmo tempo, esta mesma criança é esperta, aprende com facilidade as coisas e é bem comunicativa. Com este cenário, qual fator pode ser detectado como prioritário no processo de diagnóstico para se propor uma intervenção médica, psicológica e educacional? Supõe que após avaliação neuropsicológica a criança em questão está com um quadro de dislexia, a partir desse fato já temos o fator preponderante. As desconcentrações observadas não estão na ordem de um déficit de atenção (TDAH), mas sim estão ligadas a uma desatenção provocada pela sua estrutura de dislexia.  

A partir da avaliação neuropsicológica, haverá clareza do problema central, se o quadro de fato requer intervenção medicamentosa de apoio e ao mesmo tempo orientação à escola com monitoramento constante. O diagnóstico interdisciplinar ajuda tirar dúvidas e as incertezas nas ações e projeta o processo para um começo, meio e fim de intervenção, sempre em vista a uma superação. 

Outro sintoma recorrente é a perda de memória nos idosos, com a neuropsicologia, fica mais claro se esta perda de memória está diretamente ligada ao Alzheimer ou se é apenas uma disfunção emocional. Há diagnósticos emitidos por apenas um profissional que as vezes torna-se taxativo e deixa o paciente já marcado com esta ou aquela patologia. É o que acontece muito nos diagnósticos unilaterais para quadros de transtorno de déficit de atenção (TDAH), que por pressa da família e da escola, precisando de um laudo para respaldar suporte pedagógico de intervenção, acabam apenas medicando sem especificar os motivos que gerou o déficit. O diagnóstico foi desenvolvido sem uma proposta de intervenção para a família e a escola. Sabemos que remédio não pensa dessa maneira mesmo “laudado” o paciente não avança no seu processo educacional. 

Pela neuropsicologia podemos ter um diagnóstico diretivo e evitar a busca de vários profissionais, às vezes da mesma área, sem que se tenha clareza do diagnóstico. Recebo muitas crianças e adolescentes que já passaram por vários psicólogos e os pais não tiveram clareza do motivo de fazer um processo diagnóstico. Assim também, como pacientes que a ação de intervenção é isolada, onde o médico medica e o psicólogo intervém de forma isolada e a escola enlouquece sem saber ao certo se está conseguindo adaptar-se as reais necessidades do aluno. 

Também já recebi muitos idosos com perda de memória e com estigmas de Alzheimer. E que com algumas sessões de diálogo, percepção do histórico pessoal da vida e atenção afetiva os pacientes reativaram a memória e voltaram a uma vida ativa. 

No meu processo de neuropsicologia primo pelo diagnóstico interdisciplinar. Converso com o médico de referência do paciente, estabeleço articulação constante com a família e com a  instituição educacional. 

O que fazer?

Na dúvida sobre o desenvolvimento cognitivo, educacional, de estrutura de memória ou motora de uma pessoa que esteja próximo de você, o melhor caminho é procurar uma avaliação neuropsicológica. 

Gerson Abarca é Psicólogo psicoterapeuta graduado pela UNESP/SP – 1990. Escritor pela Ed. Paulus. Atua na cidade de Vitória em psicoterapia de base psicanalítica para crianças adolescentes e adultos – CRP 16-598 – (27) 99992-0428  – 
abarcapsicologo.com.br – 
gersonabarcapsicologo@gmail.com

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