Entrevista com Bianca Campagnoli

Dança do ventre: cultura, dança e terapia

Professora há 16 anos, Bianca Campagnoli trabalha a arte da Dança do Ventre como cultura, dança e terapia. Trouxe das melhores escolas de São Paulo, técnicas aprofundadas que beneficiam todos os aspectos da natureza feminina.

Em entrevista ao site EuAmoMeuBairro.com, Bianca fala sobre a origem da dança, sua prática e atuação como professora de dança do ventre, o que a levou a buscar o conhecimento da arte, preconceitos, benefícios e planos para o futuro.

Confira entrevista completa:

1 – Qual a origem da dança do ventre?

Bianca Campagnoli: A dança do ventre originou no antigo Egito, não tem uma data certa e um local específico, porque é muito antiga, mais ou menos 8.000 antes de Cristo. As dançarinas apresentavam-se em templos religiosos, com o intuito de celebrar o ventre, o centro de vida, tudo que era fértil na natureza, homenageavam a Deusa Isis que é a Deusa da fertilidade e da feminilidade. Por isso que a dança do ventre é muito feminina, tem muitos movimentos ondulatórios que são chamados de lunares e os movimentos de batidas de quadril que são chamados de movimentos solares.

2 – Há quanto tempo você pratica a dança do ventre e dá aulas?

Bianca Campagnoli: Dou aulas há 14 anos e há 16 anos pratico dança do ventre.

3 – Como são as aulas de dança do ventre? Qual a duração das suas aulas?

Bianca Campagnoli: Ela tem um tempo de duração mais extenso, pois aplico 25 minutos de alongamentos com exercícios específicos de Kundalini Yoga, controle pélvico (controle da região pelvica ou bacia) e diafragmático (controle da região do diafragma). A parte específica da dança, com seus movimentos, é executada dentro de um período de 50 minutos e o desfecho com 10 à 15 minutos de relaxamento.

4 – O que te levou a estudar e se aprofundar na dança do ventre?
Bianca Campagnoli: Uma vontade enorme e intensa! Desde criança estava envolvida com meus familiares, todos artistas. Já fazia aulas de canto, teatro e dança aos 5 anos de idade, quando eu fugia de casa para fazer aulas de dança (jazz e ballet contemporâneo) onde era oferecido gratuitamente para a comunidade. Depois, minha família permitiu que eu fizesse um teste para uma companhia artística (canto, dança e teatro), onde fui integrada, me profissionalizando na área artística aos 11 anos de idade.

Aos 13 anos, fui ter o meu primeiro contato com a dança do ventre em um workshop da dançarina mais badalada de São Paulo, uma das primeiras professoras (Yasmim Nammu) da casa de chá Kan El Kalili. Continuei tendo aula com a mesma professora em São Paulo, fazendo o trabalho da companhia que eu estava integrada, paralelamente, o curso profissionalizante de teatro e as aulas de canto.

Bianca Campagnoli - Dança do ventre Jardim Camburi5 – Com quem você estudou, quais eram suas professoras e aonde você estudou a dança do ventre? Tem alguma ou algumas dançarinas favoritas? Você se inspira ou inspirou em alguém que trabalha com esta arte?

Bianca Campagnoli: Como já havia dito, a Yasmim Nammu foi a minha professora, a Dalila tem movimentos peculiares, a Haquia Hassan, generosíssima e rica em conteúdo. Essas três pessoas, posso diver que me influenciaram muito!

6 – Você adotou alguns elementos da dança do ventre para a sua vida?

Bianca Campagnoli: Vários, porque são terapêuticos e mantém o corpo “são”! Por exemplo, a respiração, o desprendimento pélvico e as contrações são trabalhados durante o dia à dia. O meio afeta muito o indivíduo, na maior parte das vezes provocando tensões musculares, respirações entrecortadas, e a terapia, suas práticas desenvolvem no indivíduo mecanismos de defesa para o estress.

7 – E preconceitos em relação a dança do ventre, existem?

Bianca Campagnoli: Existem muitos, principalmente por não conhecerem a cultura.

A dança era realizada em rituais religiosos, dentro dos “templos” dos deuses, no antigo Egito. As mulheres viviam em um sistema matriarcal, onde elas eram postas como sacerdotisas. Tudo isso se perdeu muito depois da invasão árabe com sua fama de viajantes, mercadores, divulgavam uma forma um pouco errônea, mas de outra forma, acrescentaram coisas positivas com a sua divulgação, porque muitas regiões absorveram beneficamente a dança, de forma folclórica, o que salvou um pouco a sua essência.

No mais, há aquele “mito” que dança do ventre ” faz ficar com a barriga grande (“dá barriga”), mas muito pelo contrário, por ser uma dança aeróbica, faz perder calorias, desde que seja realizada utilizando a técnica necessária, com orientação de uma profissional que esteja, no mínimo, com experiência de 4 anos na área e tenha estudado técnicas de didática.

8 – Você já pensou em mudar de profissão? Qual a profissão que você escolheria, se não trabalhasse com a dança do ventre?

Bianca Campagnoli: Mudar não, mas acrescentar algumas danças Além da dança do ventre, venho estudando dança circular. Quero atuar mais na área de teatro, cinema e canto. Venho desenvolvendo na área de yoga (kundalini), me profissionalzando e área de terapias corporais. Também vejo possibilidades na área do jornalismo, da fotografia e do cinema.

9 – Quais os benefícios que a dança do ventre pode trazer?

Bianca Campagnoli: Vou listar os benefícios:

Trabalha a região pélvica estimulando o funcionamento do útero e ovários, eliminando cólicas menstruais, cistos dos ovários; é regulador hormonal; estimula a coordenação motora; alivia tensões musculares; tonifica a musculatura; corrige problemas posturais; melhora o funcionamento linfático e respiratório; como é uma dança criativa, combate a depressão; previne varizes e osteoporose; aumenta o raciocínio devido aos estímulos das regiões esquerda e direita do cérebro pelos mov. de coordenação; flexibiliza o corpo; aumenta a auto-estima; alivia e elimina nódulos musculares; elimina calorias por ser um exercício aeróbico; aumenta a qualidade do desempenho sexual; exercita a feminilidade e leveza dos movimentos, dentre outros!

10 – A dança do ventre é uma dança especificamente feminina?

Bianca Campagnoli: Sim, pois trabalha a energia YIN, especificamente a energia feminina, a região da concepção maternal (útero e ovários), mas nada que “artisticamente” impeça um homem de aprender e aplicá-la criativamente (a arte é aberta para novas interpretações da mesma).

11 – E a idade, qual é a melhor idade para começar?

Bianca Campagnoli: Como é terapêutica e sem contra indicações, a dança do ventre pode ser iniciada dos 7 aos 70 anos, mas sempre procurando praticá-la com a profissional adequada que possa orientar corretamente para cada faixa etária.

12 – Existem muitas profissionais de dança do ventre em nosso estado?

Bianca Campagnoli: Pouquíssimas! Várias pessoas se julgam “profissionais”, mas como não há um sindicato que possa impôr uma ordem de expreriência mínima. Tem muita gente com pouquíssima experiência e técnica que se “aventura a ensinar”, só que isso pode acarretar sérios problemas físicos ao aprendiz, por isso é necessário ter o cuidado de se informar sobre a “bagagem” do profissional.

13 – Você tem planos para o futuro em relação à dança do ventre?
Bianca Campagnoli: Sim, o projeto está em desenvolvimento e será uma surpresa!

14 – Qual o conselho que você daria para quem está começando agora?

Bianca Campagnoli: Procure a dança como uma terapia oriental, uma filosofia de vida, onde você vai trabalhar os bloqueios sexuais de infância, até outros bloqueios mais adquiridos pelas tensões do dia à dia, como uma cultura e nao só pela estética da dança, ou estimular a luxúria, porque há uma importância, um peso enorme em trabalhar a energia kundalini, uma responsabilidade!

A dança do ventre trabalha o equilíbrio energético (chakras) e a energia kundalini é a mais estimulada, é a energia maior existente no corpo (1o. Chakra de cada ser, a energia criativa, que estimulada corretamente desenvolve o desprendimento das amarras psicológicas e físicas, trabalhada ao contrário, estimula o contrário.

Mais informações:

Aulas particulares, construção de coreografia para grupos de dança, apresentações, venda de acessórios, roupas e CD´s.
Contato: 27 3035-0477 / 27 9741-8322
Locais das aulas:

Jardim Camburi: Stúdio de Dança do Ventre (Vitória)
Horários: Manhã, tarde e noite
Tel: 27 3035-0477 / 27 9741-8322
Turmas para níveis iniciante, intermediário e avançado

Vídeos com a professora Bianca Campagnoli:

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