Febre amarela: vacina evita surto da doença

É necessário informar-se acerca das reações da vacina

Pessoas com doenças autoimunes, imunossuprimidas ou alérgicas precisam ter cuidado.

Há muito tempo não se ouvia falar da febre amarela. No entanto, atualmente, a doença é pauta nos meios de comunicação, por causa do surto que ronda o Espírito Santo. Com o resultado do exame de um macaco encontrado na capital ter sido positivo para o vírus da doença silvestre, a Prefeitura Municipal de Vitória realiza ação para prevenir o surto de febre amarela na cidade, com a vacinação de toda a população.

De acordo com o médico do trabalho Jorge Luiz de Miranda, especialista em Medicina Psicossomática e Psicologia Junguiana, a febre amarela é uma doença grave causada por vírus (flavivirus) transmitido por mosquitos.

“A transmissão é proveniente da picada de mosquito que serve como vetor do vírus da febre amarela. Na forma silvestre são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e na urbana é o Aedes aegypti (o mesmo da dengue). As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. Em cerca de 70% dos infectados não apresentam sintomas. Ela é diagnosticada através do método sorológico (o mais utilizado é o ELISA), que detecta anticorpos IgM a partir do 4º dia de doença”, informa Jorge.
Segundo o médico, o tratamento é sintomático. Ele diz que ainda não existem medicamentos que possam matar o vírus e em 10% dos casos pode evoluir para a forma grave e causar a morte das pessoas.

Jorge afirma que a doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.

“A cura da febre amarela é espontânea caso o paciente sobreviva. A imunidade é adquirida naturalmente ou através da vacinação. A vacina tem que ser aplicada até dez dias antes da pessoa viajar para área de risco (tempo suficiente do organismo criar anticorpos). A prevenção é feita através do combate ao mosquito e com a vacinação da população. O paciente deve procurar uma unidade de saúde mais próxima a fim de confirmar o diagnóstico e notificar a doença”, complementa Jorge.

Prevenção

A única forma de prevenção da doença é através da vacina contra febre amarela, que segue critérios recomendados pelo Programa Nacional de Imunizações.
Os médicos e especialistas da área de infectologia e imunologia são unânimes em recomendar que é necessário se informar com o profissional da saúde para saber se a pessoa está apta em tomar a vacina.

O médico Jorge Miranda informa que a vacina contra febre amarela deve ser tomada em duas doses. “A dose é recomendada tanto para adultos quanto para crianças. As crianças devem receber as vacinas aos nove meses e aos quatro anos de idade. Assim, a proteção está garantida para o resto da vida. Para quem não tomou as doses na infância, a orientação é de uma dose da vacina e outra de reforço, dez anos após a primeira dose”, afirma.

Contra indicação

Pessoas com histórico de reação alérgica a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos com proteína bovina), bem como histórico anterior de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, ausência de timo ou remoção cirúrgica), em tratamento de câncer, ou portadores de HIV com imunodepressão, devem buscar orientação médica.

O site do Ministério da Saúde informa que a vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos (que nunca foram vacinados), gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação para estes grupos, levando em conta o risco de eventos adversos.

Outras informações

De acordo com resultados do Projeto Muriqui – ES, um programa de conservação e monitoramento de populações de muriquis da Mata Atlântica do Espírito Santo, vinculado ao  Departamento de Ciências Biológicas da UFES, e é desenvolvido na Região Serrana do ES, a febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração (no máximo 10 dias), causada por um vírus, desenvolvendo febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas, vômitos e icterícia (cor amarelada na pele, no nariz, Ana boca ou nos olhos). Ocorre nos continentes americanos (América do Sul) e africano. No Brasil, ela é uma doença frequente (endêmica) que ocorre principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. No Espírito Santo, existem algumas áreas consideradas de risco, como a região do Caparaó e o Norte do Estado.

>> Primatas: as vítimas da febre amarela

 

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