Mudança de estilo de vida auxilia na prevenção de doenças, além de ser o melhor remédio para controlar a hipertensão e outros problemas cardíacos
As doenças cardiovasculares são as principais causas mundiais de morte no Brasil e no mundo. Por isso, setembro é considerado o mês internacional de conscientização sobre doenças do coração, mesma época que é celebrado o Dia Mundial do Coração (29/9), que tem como objetivo sensibilizar a população sobre a importância de cuidar bem deste órgão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 30% das pessoas ainda morrem no país por doenças como hipertensão, infarto, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca e doença arterial periférica. No mundo, ainda de acordo com a OMS, ocorrem cerca de 17,5 milhões de óbitos em decorrência de doenças cardiovasculares. Estima-se que até 2030, esse número suba para 23 milhões por ano.
O principal mecanismo dessas doenças é o acúmulo de placas de gorduras nas artérias, impedindo a passagem do sangue, o que pode provocar o infarto do miocárdio. Entre os principais vilões estão o tabagismo, pressão alta, diabetes, colesterol alto, obesidade, sedentarismo, estresse e hábitos alimentares inadequados.
A mobilização durante o mês de setembro vem para reforçar a importância de estilo de vida da população, que deve buscar hábitos mais saudáveis. “Estudos científicos recentes reforçam a associação entre a obesidade e o aumento do risco de a pessoa desenvolver alguma doença cardiovascular, mesmo para os obesos considerados ‘metabolicamente saudáveis’. A epidemia de obesidade e sedentarismo no mundo tem aumentado o número de pessoas com doenças do coração”, explica o especialista do Centro de Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Fábio de Cerqueira Lario. “Além da ingestão excessiva de gordura, evidências científicas comprovam que o consumo excessivo de açúcar e carboidratos também fazem muito mal ao coração”, complementa.
Embora as doenças cardiovasculares sejam ainda classicamente associadas aos homens, na realidade atualmente morrem mais mulheres do que homens por ano em decorrência dessas doenças. Apesar dos homens sofrerem infartos mais jovens, em média aproximadamente dez anos antes das mulheres, após a menopausa esse risco aumenta substancialmente para elas. Além disso, as que fazem uso de anticoncepcionais orais e também fumam, apresentam risco 15 a 20 vezes maior de infarto do miocárdio, sobretudo quando essa combinação (pílula + cigarro) acontece após os 35 anos de idade.
Coração sob pressão
De acordo com os dados VIGITEL 2016 (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgados pelo Ministério da Saúde, nos últimos dez anos a obesidade cresceu 60% no Brasil e os casos de hipertensão tiveram uma elevação de 14% no período.
Números da OMS indicam ainda que há cerca de 600 milhões de hipertensos no mundo. A doença atinge, em média, 25% a 30% da população brasileira, chegando a mais de 50% na terceira idade. Apesar do fator genético ser um determinante importante do risco de desenvolvimento de hipertensão, o sedentarismo, a obesidade, o estresse e o consumo excessivo de sal e de gordura e bebidas alcóolicas, tem aumentado o número de pessoas que desenvolvem a hipertensão arterial.
Quando não é controlada, a pressão arterial pode causar lesões na aorta, o principal vaso que conecta o coração aos principais órgãos, e em todo o sistema circulatório, o que provoca sobrecarga para o coração. Se a pressão arterial não for controlada adequadamente isso pode resultar em acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca ou renal.
“A hipertensão é uma doença assintomática, silenciosa. A partir dos 30 anos se tem um risco aumentado para desenvolver a doença. Se a pessoa tem casos de pressão alta na família, principalmente em parentes de primeiro grau, é recomendável acompanhar os níveis da pressão com regularidade”, explica o Dr. Fabio.
Quem já é hipertenso precisa adotar uma dieta rica no consumo de vegetais, hortaliças e frutas e reduzir o consumo de sal, além de praticar regularmente exercícios físicos. Os medicamentos para o controle da pressão alta devem ser tomados regularmente, conforme indicação médica.
Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Fundado por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com atuação de referência em serviços de alta complexidade e ênfase nas especialidades de oncologia e doenças digestivas, a Instituição completa 120 anos em 2017. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde –, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 3.700 médicos ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Até o final deste ano, sua capacidade total instalada será de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público, além atingir o número de 4 mil colaboradores.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz – www.hospitalalemao.org.br