O crescimento imobiliário de Jardim Camburi

Entrevista com José Luiz Kfuri

Referência no mercado imobiliário do Espírito Santo, o engenheiro José Luiz Kfuri tem uma trajetória de 33 anos desenvolvendo empreendimentos de sucesso, como shoppings centers e imóveis residenciais e comerciais nos diversos centros urbanos do Brasil.

Kfuri já atuou como secretário municipal de Planejamento da Prefeitura de Vitória e foi presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo por duas ocasiões. Ele conversou com a equipe do EAMB, avaliando o momento econômico do país e seu impacto no mercado imobiliário.

EAMB> Como o senhor avalia o crescimento imobiliário de Jardim Camburi na última década?

KFURI> Sempre foi um bairro que cresceu mais do que a média. A falta de terreno em outros lugares fez do bairro a bola da vez no mercado imobiliário. Hoje é o maior bairro de Vitória e equivale ao 13° município capixaba. O crescimento é bom, mas precisa ser ordenado, melhorando a mobilidade, criando os binários. Essas coisas já estão acontecendo.

> Qual a previsão de investimentos futuros?

Temos realizado estudos para vários empreendimentos, de várias construtoras. Mas com a crise, as pessoas estão postergando os empreendimentos, ‘tirando o pé do acelerador’ e com a provável mudança no Plano Diretor Municipal (PDM) começa-se a reformular alguns projetos. O que vemos de fato é que vamos vender os estoques existentes para viabilizar os novos lançamentos no ano que vem.

Qual a mudança mais significativa no PDM e que pode impactar diretamente o bairro?

Chamam de ‘outorga onerosa’, com o índice sendo reduzido de 2.4 para 1.2. Considero incoerente, pois vai onerar o custo da construção. Estudo para redução de altura é uma questão de entendimento e não afeta ao bairro. O que afeta é cobrar taxa sobre o terreno, a área produtiva.

> Qual o impacto da crise econômica sobre o mercado imobiliário?

É grande na medida que as pessoas ficam inseguras com relação ao emprego. Acho que temos uma crise política e, no segundo momento econômica, que afeta a todos. As pessoas evitam assumir compromissos a curto, médio e longo prazo porque não sabem se vão continuar empregadas. O que observamos é que as pessoas continuam querendo comprar, mas estão preocupadas sobre assumir compromissos a longo prazo.

> Existe preocupação com os impactos gerados por novos empreendimentos, como o trânsito?

Precisamos tirar carros das ruas melhorando o transporte coletivo e cobrando caro de quem utiliza veículo particular. A dificuldade do trânsito no bairro é gerada por quem vem de fora, não dos moradores.

> O shopping Norte Sul atende à comunidade? Qual o futuro do estabelecimento?

O bairro tem um grande shopping formado por mais de 500 lojas, e o Norte Sul funciona como a âncora. Reformamos o cinema, adequamos o empreendimento a partir de estudos junto à comunidade. Queremos ser o shopping do bairro Jardim Camburi.

> Como se apresenta Jardim Camburi?

É um bairro modelo que tem todas as condições de segurança, com apenas uma entrada e uma saída, condições de investir nas pessoas para caminhadas, com calçadas maiores; sistema binário, evitando que o carro seja prioridade. Vejo com grande possibilidade de ser o melhor bairro do Espírito Santo, mas isso depende de um entendimento entre moradores e poder público.

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