Foto: Divulgação Prefeitura Municipal de Santa Teresa
Origem Evolutiva dos Topônimos Capixabas – Parte 18
A coluna desta semana traz a origem evolutiva de mais um trio de municípios capixabas, conhecidos como as “três santas”, por terem a palavra “Santa” em seus nomes, e terem sido colonizados por europeus ítalo-germânica. No entanto, somente uma delas é hierônimo (Qualquer nome próprio relativo a crenças das religiões cristã, maometana e hebraica), as outras duas são epônimos. Outra curiosidade é que o município de Santa Maria de Jetibá é o único a ter dois idiomas (português e pomerano) e dois hinos oficiais.
SANTA LEOPOLDINA
(…Em Canaã o teu valor é imortal…)
Por volta de 1831 foi criado no imenso município de Vitória, a “Colônia de Santa Maria”, que três décadas depois teve sua denominação alterada para Colônia de Santa Leopoldina (c. 1857) e posteriormente “Colônia de Porto de Cachoeiro de Santa Leopoldina” (c. 1860).
Sua elevação à categoria de distrito deu-se com a edição da Lei Provincial 21, de 4/4/1884, passando a se chamar “Distrito de Cachoeiro de Santa Leopoldina”.
Com a chegada da República foi elevado à categoria de cidade, passando a denominar-se Cidade de Porto Cachoeiro, conforme Decreto Estadual nº 19, de 12/4/1890.
Quando da realização do Recenseamento Geral de 1920, a localidade já havia sido elevada à categoria de município e voltado a ter a denominação anterior, Município de Cachoeiro de Santa Leopoldina. Nova alteração toponímica sofreu quando da edição do Decreto-Lei Estadual nº 15.177, de 31/12/1943, passando a denominar-se Município de Santa Leopoldina.
O epônimo é uma homenagem à filha do imperador Dom Pedro II [1825-1891], princesa “Leopoldina Teresa Francisca Carolina Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança” [1847-1871], que renunciou aos seus títulos ao casar-se [1864] com o príncipe Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, assumindo então os títulos de princesa de Saxe-Coburgo-Gota e duquesa de Saxe [1845-1907]. Nas homenagens que se faziam a família real era costume acrescentar a palavra santa ou santo/são. Assim, pode-se observar em Santa Teresa (município), Santa Isabel (distrito de Domingos Martins) e São Pedro de Alcântara (antiga estrada do Rubim).
SANTA MARIA DE JETIBÁ
(…Send ich meine Lieder…)
A chegada dos primeiros pomeranos a localidade, que por volta de 1911 foi elevado à categoria de Distrito de Jequitibá, deu-se em 1857. Com a edição do Decreto-Lei Estadual nº 15.177, de 31/12/1943 o nome do distrito foi alterado para Distrito de Jetibá.
Sua elevação para Município de Santa Maria de Jetibá deu-se com a vigência da Lei Estadual nº 4.067, de 6/5/1986.
Atualmente o município é o que tem o maior número de títulos de “Capital Estadual”, no total de quatro: “Capital Estadual do Ovo”, “Capital Estadual da Avicultura”, “Capital Estadual do Xadrez” e “Capital Estadual dos Hortifrutigranjeiros”; além de ser o único com dois idiomas, porque em 2009 o pomerano foi co-oficializado.
O topônimo é formado pelo nome do rio Santa Maria (que advém da Virgem Maria) que tem sua nascente no município, e pela palavra derivada do Tupi yikí-t-ybá, que significa: “o fruto do jiqui, isto é, fruto com a forma de covo, côncavo, fundo. O fruto de jequitibá é pequeno e afunilado à semelhança de um jiqui”. Árvore com troncos grandes, tanto em comprimento como em diâmetro, da família das lecitidáceas. As duas espécies mais conhecidas são: (a) Cariniana legalis, o jequitibá-rosa e (b) Cariniana estrellensis, o jequitibá-branco ou somente jequitibá (Carvalho, pág. 61).
SANTA TERESA
(…É o jardim lindo, em flor perfumado…)
A atual “Capital Estadual do Jazz e do Blues”, “da Imigração Italiana” e “da Gastronomia Italiana”, estabelecido pelas Leis Estaduais 10.038/2013, 10.378/2015 e 10.661/2017, por volta de 1874 se chamava “Núcleo Antônio Prado” e pertencia ao imenso município de Vitória. Com o crescimento populacional, nos idos de 1875, passou a denominar-se “Povoado de Santa Teresa do Timbuhy” e com a edição da Lei Provincial nº 24, de 17/9/1888 foi elevado à categoria de freguesia, passando a se chamar “Freguesia de Santa Thereza do Timbuhy”.
A elevação à categoria de município, à época, denominado vila, deu-se no alvorecer da República, com a edição do Decreto Estadual nº 57, de 25/11/1890, “Vila de Santa Teresa”. Novo título recebeu quando da entrada em vigor do Decreto Estadual nº 3.468, de 17/3/1933: “Cidade de Santa Teresa”.
O topônimo tem origem no nome da estrada construída em 1846, que homenageava a princesa do reino das Duas Sicílias, esposa de imperador Dom Pedro II [1825-1891], a imperatriz “Teresa Cristina Maria” [1822-1889]. Também tem procedência na religiosidade, só que bem mais tarde, conforme relata a tradição, que uma devota, no início da colonização [1875], possuía um quadro de Santa Teresa de Ávila, em torno do qual os moradores se reuniam para rezar à hora do Angelus. (Sampaio, in Gasparini, pág. 73).
Até a próxima.
Conheça a origem toponímica de outros municípios capixabas clicando aqui https://bit.ly/3OZhTfD