Trocando a pesca por uma peixada
Bem cedo, depois de um café pra lá de arrumado, nos dirigimos para St. Goar, onde subimos em um mini-trem e fomos conhecer a Fortaleza de Rheinfels, a maior da Alemanha e ver seus famosos Relógios de Cuco.Embarcamos depois, já no Rio Reno, onde vimos o Rochedo de Lorelei, o ponto mais estreito do Rio Reno desde a Suíça até o Mar do Norte. Neste caminho fluvial, admiramos os castelos e vinhedos nas encostas do Rio Reno e povoados como Oberwesel com suas muralhas e as 18 torres fortificadas.Desembarcamos na encantadora Cidade de Bacharat, onde impera a arquitetura medieval com ruas pitorescas, onde túneis e subidas se complementam dando um ar bucólico a esta pequena cidade. Aí, eu, minha esposa Laci e meu grupo, tomamos um excelente chocolate quente com tortas alemães típicas da região e nos deliciamos com a culinária local.
Após este coffee, fomos passear nas margens do Rio Reno e descobrimos uma coisa interessante em virtude daquela falta de mar na região. Centenas de Troles ficam estacionados esperando o verão na localidade, para usufruir do banho de rio no local, é claro que por falta do mar que nos é tão perto e quase não damos ao mesmo, o valor que ele merece.O turismo no local se baseia então em conhecer a cidade de Bacharat, em homenagem ao deus Baco (deus do vinho), passeios pelas ruelas e fotos ao lado de um grande barril de vinho na entrada da cidade. Após esta visita de poucas horas, nos dirigimos a Frankfurt onde passaríamos a noite hospedados em ótimo hotel, para seguirmos pela manhã a Berlim, passando antes por Leipzig. Pequena, mas grande cidade, porque foi nela que aconteceram as famosas “reuniões secretas de segunda-feira” da maçonaria que viriam a acelerar a queda do Muro de Berlim.A cidade estava em festa com feiras, parque de diversão, turistas regionais e internacionais, uma loucura. Após horas de prazer nesta cidade, continuamos nossa viagem até Berlim, cidade que conserva todo o encanto do passado com a modernidade do presente. Em Berlim fizemos nossa parada de praxe e depois de uma noite de descanso, fomos conhecer esta tão falada capital. Realmente é tudo de bom, conhecemos a Porta de Brademburgo, o Reichstag, a Igreja Comemorativa de Kaiser, o Fórum de Frederico II, o Museu de Pérgamo, onde o busto de Nefertiti se sobressai.Mais tarde conhecemos o local em que o Bunker de Hitler foi destruído e seu suicídio juntamente com todo seu estafe. O local para quem não tem guia com esta localização, não possui nenhuma indicação, o que nos foi colocado pela guia, para não termos neonazistas adorando o local. É uma pequena praça mal cuidada e sem maiores pretensões.Dali fomos a inúmeros outros locais e me chamou a atenção um restaurante às margens do Reno, onde sua parte traseira havia diversas mesas e com um toque alemão de ser. Achei por bem visitá-lo, aproveitei o contexto para tentar dar uma pescadinha no local, que por sinal a especialidade da casa era peixe.Arranjei no local uma pequena vara com os apetrechos convencionais e fui fazer uma fezinha no famoso Reno. Já estava ali há uns vinte minutos e nada, resolvi parar e na última puxada, senti um peso estranho e aí o coração bateu mais forte. Fui puxando devagar para não perder o bicho e qual não foi a minha surpresa e de muitos no local quando surge uma pistola Luger, do tempo da Segunda Guerra. Fiquei pasmo, mas acabei cedendo aos rogos do proprietário do restaurante, e a troquei por uma boa peixada, porque moqueca só capixaba. Após este lance incrível, esta pistola obviamente vai para algum lugar onde os alemães poderão mais uma vez se recordar do passado tão constante em Berlim. Também nesta cidade, fiquei impressionado com os dois paralelepípedos em paralelo que corta toda Berlim, ao perguntar o motivo, nossa guia nos informou que era onde passava o muro de Berlim, e ficará indelével para sempre, recordando uma época que esperamos não volte jamais.Nesta cidade linda, limpa e maravilhosa passamos dias e horas que ficarão para sempre em nossas recordações. Enfim, no outro dia bem cedo, após aquele café caprichado, viajamos para Praga, na República Tcheca.
Do pescador de pistola, digo, do Rio Reno Deomar Bittencourt.
Sobre o autor:
Dr. Deomar Bittencourt, atuou como professor de Parasitologia na FAFABES por trinta anos. Atualmente, se dedica às análises técnica e laboratorial no laboratório que leva o seu nome e é referência na Grande Vitória.