Quem comeu o bombom que estava aqui?


O autocontrole nos ajuda a manter o foco

Os gêmeos Carlos e Ana estudaram juntos, na mesma sala de aula, até a Ana reprovar na 5ª série do Ensino Fundamental. Carlos era magro, não comia doces fora de hora e não gostava de refrigerantes. Era excelente aluno e fazia as lições logo que chegava em casa. Gostava de guardar toda a mesada que ganhava dos pais no cofrinho do quarto. Foi aprovado entre os melhores no vestibular e hoje é gerente de uma multinacional. Já a Ana, que sempre teve uns quilinhos a mais, constantemente encontrava um motivo para sair da dieta, consumindo regularmente doces, balas, biscoitos e refrigerantes. Na época da escola, deixava as lições para a última hora e algumas vezes nem conseguia terminar a tempo. Costumava gastar, rapidamente, toda a mesada que ganhava dos pais. Entrou para a faculdade, mas desistiu do curso no 2º semestre e até hoje não sabe o que quer profissionalmente. O Carlos e a Ana são dois irmãos que tiveram as mesmas oportunidades, mas por que seguiram caminhos diferentes? A “teoria do bombom” explica.        

Segundo o livro “O motorista e o milionário” de Joaquim Posada & Ellen Singer, o experimento do marshmallow ou “teoria do bombom”- uma série de estudos sobre recompensa retardada, aborda o princípio mais importante para o sucesso: A habilidade de postergar a gratificação, que traz à tona por que algumas pessoas são bem sucedidas enquanto outras não conseguem alcançar seu propósito de vida. Basicamente, o experimento tratava-se do seguinte: crianças foram deixadas sozinhas em uma sala, sentadas em uma mesa, diante de um bombom. Um adulto dizia que precisava sair por 15 minutos e avisava que, se a criança não comesse o doce enquanto estava fora, ganharia mais um bombom na sua volta. Algumas das crianças resistiram, outras não. Anos depois, os pesquisadores encontraram as mesmas crianças, já adultas, e descobriram que as pessoas mais bem sucedidas na vida eram justamente aquelas que não comeram o bombom quando mais jovens.        

A gratificação imediata explica o fato das pessoas não resistirem a um sorvete quando se está de dieta, trocarem de carro, comprarem roupas, eletroeletrônicos, ou mesmo aquele recém-lançado smartphone em vez de acumularem reservas. Resistir à tentação de comprar por impulso nem sempre é tarefa fácil. É realmente uma batalha o que acontece entre a vontade de sentir prazer imediato contra o esforço de adiá-lo. Então, qual é o segredo das pessoas que conseguem? Autocontrole. Também conhecida como determinação ou força de vontade, esta característica útil é uma grande habilidade desenvolvida ao longo da vida. Se vamos ceder às vontades ou não, depende do nosso autocontrole. Os benefícios do autocontrole são claros e também já foram testados, mas como podemos aplicar esse conceito em nosso dia a dia?      

De acordo com pesquisas da Universidade Estadual da Flórida há seis estratégias que ajudam a aumentar o autocontrole: Meditar diariamente por apenas cinco minutos; alimentar-se de forma saudável à base de alimentos com absorção mais lenta como, por exemplo, os integrais; praticar exercícios físicos regularmente; ter um sono de qualidade durante a noite; encarar o desejo e esperar pelo menos dez minutos para ceder às tentações (normalmente depois desse tempo o impulso fica mais fraco) e se perdoar caso fracasse, mantendo o foco para não falhar na próxima vez. E você, anda comendo muitos bombons por aí?

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