Claudia Laet, pedagoga e especialista em transtorno infantis (Foto: Bruno Menezes)
Por Danielle Ewald
O diagnóstico correto ajuda a recuperar a vida escolar do aluno e a poupá-lo de consequências maiores como bullying e baixa autoestima
Durante o período escolar, é comum que crianças e adolescentes apresentem dificuldade em uma ou outra disciplina em algum momento. No entanto, durante esse processo, é fundamental que pais e educadores estejam de olho e acompanhem os desdobramentos desses obstáculos que levam a notas baixas, afinal, elas podem ter duas causas: transtorno ou dificuldade de aprendizagem.
Apesar do que muitos pensam, transtorno e dificuldade de aprendizagem apresentam conceitos distintos e saber identificar algumas características iniciais é fundamental na hora de buscar um especialista para tratar corretamente esses distúrbios.
A pedagoga especialista em transtornos infantis, Cláudia Laet, explica que a dificuldade de aprendizagem não é algo orgânico, ou seja, é uma condição causada por fatores externos e influências do ambiente como questões emocionais, familiares e até mesmo alimentares. Já o transtorno de aprendizagem, refere-se a deficiências sensoriais e intelectuais que afetam a absorção de conteúdo, o processamento de informações e a atenção na hora do aprendizado, caracterizando dificuldades no uso da escrita, leitura, cálculo e raciocínio, por exemplo.
Entre os principais transtornos de aprendizagem, a especialista ressalta:
TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) – distúrbio neurobiológico crônico caracterizado por desatenção, ansiedade e inquietação, que afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar.
Dislexia – transtorno genético e hereditário que compromete a capacidade de ler e escrever de forma correta, manifestando-se na maioria das vezes ainda na infância e persistindo pela vida adulta.
Discalculia – afeta a habilidade de um indivíduo em compreender e manipular números.
“É importante frisar que diagnósticos corretos ajudam a salvar alunos com dificuldades escolares, especialmente poupá-los de consequências como o bullying, a introversão e a baixa autoestima, que podem surgir a partir do desempenho insatisfatório na escola. A terapia pedagógica se torna fundamental no processo de tratamento, pois traça as diretrizes corretas de forma individualizada”, destaca Laet.
A especialista ainda ressalta que técnicas como programas educativos especiais, terapia e medicação podem contribuir para amenizar os efeitos tanto dos transtornos de aprendizagem quanto das dificuldades. A intervenção precoce, aliás, pode ser muito eficaz no retardo dos bloqueios, especialmente se feita de forma conjunta com terapeutas, educadores e familiares. “Para avançar nesse processo, é necessário utilizar métodos de ensino adequados, estímulos positivos e tratamento psicológico ou psiquiátrico, se for o caso”, explica Cláudia.