Rachaduras, fissuras, trincas, fendas ou brechas. A nomenclatura é vasta, mas quando o assunto é estabilidade no imóvel é importante ficar atento a qualquer detalhe que esteja fora do padrão da obra. A dica é consultar um especialista, já que é preciso classificar o dano e verificar qual medida deverá ser adotada.
O engenheiro civil Carlos Ternero explica que as fissuras são uniformes, finas e compridas. Elas não chegam a causar divisão do sólido em partes separadas e alcançam até 0.5mm, atingindo a massa corrida ou pintura. As trincas chegam a 1.5mm e também não causam a divisão do sólido.
“Já as rachaduras são aberturas expressivas, grandes, acentuadas e profundas, que aparecem na superfície de qualquer material sólido, proveniente de clara ruptura de sua massa, tem abertura entre 1,5mm a 5,0mm. É de gravidade acentuada uma vez que afeta a alvenaria e elementos estruturais como vigas, colunas e laje”.
Ternero contou ainda que as fendas são grandes aberturas que aparecem na superfície de qualquer material sólido, proveniente da total ruptura de sua massa, causando divisão do sólido em partes separadas, permitindo ainda a passagem de luz sua abertura varia entre 5,0mm a 10,0mm. “As Brechas são semelhantes à fenda, mas com aberturas acima de 10,0mm”, asseverou.
O engenheiro ponderou que toda patologia no imóvel deveria ser cuidada, especialmente se é possível observar nas edificações número acentuado de rachaduras e fendas em vários pavimentos. “Caso a edificação não apresente condição de estabilidade e solidez e com a aparição de inúmeras brechas poderá até ser necessária a evacuação da edificação/imóvel”, alertou.
Conheça algumas causas do problema
Entre as causas apontadas pelo engenheiro para o aparecimento desses problemas, a mais comum em novas edificações é a acomodação da obra no terreno. “Há um esforço por parte da fundação do prédio, que acaba sendo um pouco transferido para a alvenaria, gerando assim as fissuras”, detalhou Ternero.
Ele também alertou para o cuidado com obras realizadas nas unidades, que ocasionem excesso de carga num andar ou alterações nas estruturas, como retirada de paredes ou pilares. Também mencionou a retração da argamassa; emprego de areia contaminada ou inadequada; tempo insuficiente para hidratação da cal e outras.
Sobre a medida de correção a ser executada, Ternero disse que depende do tipo de fissura e da sua amplitude de movimentação. Importante acionar um profissional para classificar o nível da fissura e o tratamento adequado a cada uma delas. Acrescentou que as execuções de obras fora de normas e as reformas feitas inadvertidamente podem trazer riscos sérios a edificação. “Como por exemplo: a troca de piso. Em alguns casos estão adotando a metodologia de assentar piso novo sobre o velho. Com o surgimento da NBR 16280/2014 essa pratica de se fazer reformas a bel prazer terminou”, avaliou ele.