No setor de serviços ou na indústria, elas assumem cada vez mais cargos de liderança no mundo dos negócios
No mês da mulher, o Brasil celebra a marca de sétimo país no ranking com mais empreendedoras no mundo, de acordo com dados da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em pesquisa realizada no Brasil pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ). A pesquisa ainda mostrou que entre os Microempreendedores Individuais (MEI), as mulheres também formam uma fatia significativa, representando 48% do total e costumam ter preferência pelos segmentos de beleza, moda e alimentação.
Os dados também indicam que muitos foram afetados pela pandemia e precisaram empreender por necessidade. Como resultado, em 2021, o país bateu recorde de micro e pequenas empresas abertas, com quase quatro milhões de novas empresas. Parte desses negócios são focados em saúde e beleza – um dos segmentos que mais crescem no Brasil – o país é quarto maior mercado desse setor no mundo, de acordo com pesquisa da Euromonitor. Foi nesse nicho que a empresária Larissa Lima decidiu investir quando abriu sua própria clínica de Odontologia e Estética, a Áurea, em 2021.
“A Áurea era um sonho e, no meio do caminho, se tornou um desafio. Isso porque decidi que, além de meus atendimentos, seria uma clínica com equipe multidisciplinar, pois, além da estética, nosso objetivo é cuidar da saúde das pessoas de maneira integral. Isso demanda mais profissionais envolvidos e lidar com pessoas requer habilidades que vão além da gestão, precisa empatia, cuidado e relacionamento. Agora, o plano é a expansão da Áurea em minha terra natal, Minas Gerais”, conta.
O empreendedorismo feminino segue em alta tanto no setor de serviços, quanto na indústria. Para a empresária e presidente do Sindicato das Indústrias Químicas do Espírito Santo (Sindiquimícos-ES), Zilma Bauer, o aumento de novos negócios comandados por mulheres refletem as mudanças positivas que vem acontecendo no mercado de trabalho, com elas ocupando com cada vez mais espaços de liderança.
“Na indústria química capixaba, 25% das empresas são comandadas por mulheres. A verdade é que as mulheres são líderes com características diferenciadas e que as tornam um potencial muito grande. Elas valorizam mais as relações, dando mais atenção aos colaboradores, valorizando suas qualidades, promovendo a cooperação para formar equipes melhores. Além de que, sua visão mais abrangente e analítica, proveniente de sua atenção aos detalhes permite avaliar com mais clareza as decisões que precisam ser tomadas”, observa.
Análise
Um estudo realizado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que as empreendedoras se saíram melhor à frente de seus negócios durante a pandemia, pois implementaram inovações mais rápido que os homens no período de isolamento. Vale ressaltar que há uma média de 9,3 milhões de mulheres que lideram negócios no Brasil, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE. “Esses números nos mostram que é nas mãos delas que está o futuro dos empreendimentos brasileiros”, avalia o consultor empresarial Glaucio Siqueira.
Para Glaucio, as empreendedoras se mostram mais conectadas, investem mais em inovação, têm maior escolaridade e estão menos endividadas, o que favorece para que elas influenciem as taxas do país.
Colaboração: Dani Borges