Pescaria em Jacaraípe e Santa Cruz

Pescaria da prova do anzol

Sábado de carnaval , um pouco antes do bloco Ratazanas passar, resolvi dar uma pescada em Jacaraipe do lado direito de minha casa perto de uma castanheira,sobrevivente da tempestade de dezembro. Logicamente, por ser tão perto de casa, só atravessei a rua e me encaminhei para meu ponto predileto e chegando, só ajeitei o material e mandei ver. Vara de 4.5m, camarão vg, parada de três anzóis e após preparar as iscas mandei lá pro fundão. Estava sozinho no pesqueiro e até comprometido com meus pensamentos, quando sem mais nem menos a vara dá uma “cacetada” e quase que perco a puxada. Pela batida ou era cação ou arraia. Foram cabeçadas violentas e depois só força. Ai, meu filho, como a algum tempo estava só vendo e pegando berés, me arrepiei e nem percebi que a linha estava totalmente apertada no molinete. Mesmo assim veio o teba sendo carregado a duras penas e senti que mesmo puxando com força de doido, eu estava trazendo o bicho na marra. Logo senti que estava chegando na beira e sem mais nem menos a vara diminuiu a potência e senti que perdi o dito. Ainda assim tinha esperança de que o peixe estava cansado e não fazia mais força. Ledo engano, a parada saiu da água sem nada. A frustração foi intensa. Puxei chateado e ao colocar novas iscas vi o que tinha acontecido. Um dos anzóis tinha ficado na boca do peixe e o nylon que o segurava estava estourado. Percebi então que trabalhei muito mal neste peixe. Molinete totalmente apertado e com isto a força do peixe contra a máquina, simplesmente venceu e estourou a potencia do nylon. Aí nem quis mais pescar, fui embora psico e pensei em voltar para tirar a forra. Mas aí que a vida mostra seus caminhos, não tive oportunidade de pescar até este domingo (23/03/2014). Saímos cedinho e fomos eu minha esposa Laci, meu cunhado Zico e sua esposa Ivane. Resolvemos pescar em Santa Cruz do outro lado do rio, bem na frente dos guardas rodoviários. Tiramos toda aquela parafernália do carro e nos dirigimos a um pesqueiro na boca da entrada do Rio Piraqueaçu e após prepararmos as varas (cinco ao todo) iniciamos nossa retirada do stress. Primeiro um baiacu daqueles branquinhos pintados, não tinha mais que um palmo demonstrando que seria uma pesca de berés. Logo depois outra batida e lá vem um pé de banco de menos que um palmo. Olhei pro Zico e falei que hoje não estava um bom dia. Mas pescaria tem dessas coisas, estava eu ainda falando quando uma de minhas varas embodoca e pela batida era um grandão. Corri e fisguei, aí novamente senti o peso do bicho, e lembrando de Jacaraipe verifiquei como estava o aperto da linha e sentindo que dava para uma boa luta sem pocar o nylon, comecei a batalha. Aquilo deixa qualquer um arrepiado, adrenalina a mil e aquele vai e vem do peixe, nem o Imposto de Renda nos preocupa. Depois de certo tempo, vagarosamente, o bicho começou chegar perto da praia, então aquele belo exemplar de cação se mostrou em toda sua plenitude. Corria de um lado para outro, mas bem fisgado não teve chance. Puxei o bicho com ajuda do Zico, que com muita coragem entrou na água e agarrou o dito pela cabeça e o trouxemos para a areia. Aí fui estrear a balança portátil que meu irmão Paulo me deu e quando olhei o peso até me assustei 8,75kg. Após olharmos com mais calma e retirar o anzol, me deparei com outro anzol agarrado no canto da boca do cação. Ao retirar o mesmo e olhar mais de perto verifiquei se tratar do mesmo que tinha perdido em Jacaraipe, aquele cação é o que tinha me frustrado, mas com muita sorte o peguei e desta vez ainda, recuperei meu anzol. Portanto este domingo foi extremamente relaxante e na volta aquele quindim famoso de Nova Almeida e aquele peixe enorme para todo mundo ver.

Do pescador do duplo anzol, Deomar Bittencourt

 

 

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