Uma irmandade a serviço do bem

Narcóticos Anônimos (NA) é uma instituição sem fins lucrativos, formada por uma irmandade que realiza reuniões, para apoiar homens e mulheres que enfrentam problemas com drogas, onde os integrantes expõem suas experiências e ouvem pessoas em situações semelhantes para auxiliar umas às outras a se manterem “limpas” (livres de drogas).

A organização atua com um conjunto chamado de subcomitês que se preparam para levar informações às pessoas que são dependentes químicos. Esses subcomitês estão subdivididos em: Hospitais e Instituições (HI), Relações Públicas (RP), Linha de Ajuda e Longo Alcance.

Fazem parte do HI, um grupo de pessoas treinadas para levar informações às clínicas, hospitais, prisões, centros de recuperação e comunidades terapêuticas, partilhando suas experiências para os adictos (dependentes químicos).

Segundo E.S., um dos integrantes do grupo, foi comprovado que caso o adicto tenha alta em uma instituição e se encontre sozinho, ele não sabe qual caminho deve percorrer, pois as pessoas que ele conhece, sua família e os amigos, de certa forma, estão relacionadas à droga, ocasionando o retorno dele ao uso da química.

O subcomitê “Rela-ções Públicas” (RP) é responsável por divulgar ao público através de painéis (em escolas, igrejas, empresas, faculdades, entre outros) a existência do NA.

Já a “Linha de Ajuda” tem como objetivo principal conduzir um recémchegado em potencial para uma reunião do NA, direcionando-o ao subcomitê apropriado.
De acordo com E.S, através da Linha de Ajuda um voluntário do NA é responsável em dar atendimentos pelo telefone.

“Temos que estar preparados, para orientar como os adictos devem agir. Eles ligam de madrugada, após usar drogas. Orientamos que retornem para suas casas, descansem, ou procurem um NA”.

O subcomitê “Longo Alcance” é responsável por levar a mensagem de serviço para dentro dos grupos de NA, dos Comitês de Serviço de Área e Subcomitês, informando e conscientizando os membros do Narcóticos Anônimos da importância do serviço, dentro de 12 tradições e 12 conceitos que o Narcóticos segue.

“O Narcóticos Anônimos oferece uma vida limpa, sem droga e uma nova maneira de viver. Para isso é muito importante estar no meio de pessoas e locais que não tenham relação com drogas. É um conjunto de passos e exercícios que podem ser sentidos no coração de cada um. Eu fui internado e percebi como minha vida estava ruim. Há mais de cinco anos eu não dormia. Eu me exauria a ponto de desmaiar, meu cérebro não aceitava descansar. Hoje consigo dormir bem melhor”, diz.

E.S. informa que em Vitória existem 13 instituições que tratam adictos e que, para cada uma delas é nomeado um membro dos comitês do NA para partilhar com os doentes.

“Alguns comitês levam informações às escolas, explicam sobre a doença, partilham suas experiências com a droga e como membro dos Narcóticos Anônimos. Contam como suas vidas mudaram com o NA. Quem está ouvindo passa a ter grande noção de como universal é a experiência, e que todos acabam partilhando o mesmo experimento. Somente pessoas habilitadas podem partilhar, temos que estar preparados para dar uma abordagem séria à situação e obter o resultado”, explica.

E. S conta que as pessoas que frequentam o NA são pessoas que buscam mudança de vida e querem ajuda. De acordo com ele, adicta é a pessoa que tem adcção, uma doença física, mental e espiritual que envolve o uso de drogas.

“Eu tinha muitos medos e a droga me deu poder, egocentrismo e força para eu fugir dos meus problemas. Ela dá asas e escraviza. Ficamos sozinhos, perdemos família, amigos, tudo. O adicto sabe que é um viciado. No entanto, saber não é importante. O importante é sentir, buscar ajuda. Todos que frequentam o NA, estão limpos. Não usam mais drogas. A Única promessa que o NA faz ao adicto é que se continuar frequentando e cumprir o programa de 12 passos, ele vai parar de usar droga, vai perder o desejo de usá-la e vai encontrar uma nova maneira de viver. Essa é uma promessa e acontece”, conta.

E.S. finaliza dizendo que o Narcóticos Anônimos funciona por atenção e não por indução.

“Os adictos ouvem as pessoas partilhando em alguma instituição e sentem o desejo de participar do NA”, conclui.