O que você sabe sobre os Topônimos Capixabas?

Foto: Divulgação PMV

Início esta coluna me apresentando um pouquinho. Me chamo Gilber Rubim Rangel. Advogado, pesquisador e genealogista capixaba. Nasci em Guaçui, e quando tinha seis meses de idade minha família se mudou para Conceição da Barra. A partir dos 15 anos vim para Vitória, onde estou até hoje.

Todas as terças-feiras estarei aqui neste espaço com informações sobre direito e/ou história. Começo esta primeira coluna falando um pouco sobre os topônimos capixabas.

Segundo o dicionário, topônimo é a designação de um lugar ou de uma região geográfica, que pode ser: um rio, uma vila, uma cidade, uma povoação, um país ou um logradouro. Também corresponde à origem, a evolução e a história do nome do lugar.

Portanto, a toponímia é o estudo dos nomes atribuídos ao espaço habitado pelo ser humano. A palavra é derivada dos termos gregos τόπος, “lugar”, e ὄνομα, “nome”, significando, portanto, “nome de lugar”.

Estudando os topônimos dos atuais 78 (setenta e oito) municípios do Estado do Espírito Santo denota-se que: a língua Tupi prepondera na formação dos mesmos, seguido de nomes provenientes da natureza (rios, montanhas, aves e frutas), bem como nomes de personagens da história. Na sequência observa-se a influência da religião católica e de outros nomes.

Divisão Toponímica Temática do Espírito Santo

A influência indígena na formação dos topônimos capixabas é preponderante, são vinte quatro municípios (30,76%), o que se constata em: Apiacá, Aracruz, Brejetuba, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Ecoporanga, Guaçuí, Guarapari, Ibatiba, Ibiraçu, Ibitirama, Iconha, Irupi, Itaguaçu, Itapemirim, Itarana, Iúna, Jaguaré, Marataízes, Mucurici, Muqui, Pancas, Piúma, Sooretama.

Os dezenove topônimos provenientes da natureza (24,36%) vêm em segundo lugar:

[Ave] Águia Branca, Vila Pavão.
[Rio/Geonímia] Água Doce do Norte, Alegre, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Bom Jesus do Norte, Fundão, Mimoso do Sul, Rio Bananal, Rio Novo do Sul, Vargem Alta.
[Montanha/Orônimos] Castelo, Mantenópolis, Montanha, Ponto Belo, Serra.
[Fruta] Laranja da Terra.

Os dezoito epônimos, nome de pessoas (23,08%), formam o terceiro grande grupo dos topônimos capixabas, a saber: Afonso Cláudio, Alfredo Chaves, Anchieta, Atílio Vivacqua, Colatina, Domingos Martins, Governador Lindenberg, Jerônimo Monteiro, João Neiva, Linhares, Marechal Floriano, Muniz Freire, Pedro Canário, Pinheiros, Presidente Kennedy, Santa Teresa, Viana, Vila Valério.

A influência religiosa [hierônimos] pode ser constatada em treze municípios (16,67%): Conceição da Barra, Conceição do Castelo, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Marilândia, Santa Leopoldina, Santa Maria do Jetibá, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha, São José dos Calçado, São Mateus, São Roque do Canaã, Vitória.

O grupo outros, corresponde a quatro municípios (5,13%): Boa Esperança, Nova Venécia, Venda Nova do Imigrante e Vila Velha.

Consigne-se que o Estado do Espírito Santo, no século XX, tinha quatro outros municípios além dos citados, cujos topônimos referiam-se a: personagens da história (1), acidentes geográficos/rios (2) e nome indígena (1).

A supressão destes municípios deveu-se ao fato de que parte do território capixaba, no ano de 1963, foi transferido para o Estado de Minas Gerais, notadamente os municípios de Joeirana [atual Ataléia-MG] e Marechal Hermes [atual Mutum-MG], além do distrito de Gabriel Emílio, do município de Barra de São Francisco [atual Mantena-MG]. Também teve dois municípios rebaixados a distritos, ou seja, Ponte de Itabapoana [incorporado a Mimoso do Sul] e Riacho [incorporado a Aracruz).

No próximo encontro falaremos sobre a origem evolutiva dos topônimos de alguns municípios do Estado do Espírito Santo.

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