Antigos nomes das cidades: Boa Esperança, Bom Jesus do Norte, Brejetuba e Cachoeiro

Foto: Divulgação Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim

Origem Evolutiva dos Topônimos Capixabas – Parte 5

Hoje abordaremos sobre a origem e a evolução toponímica de quatro outros municípios capixabas, sempre colocando a frente dos seus nomes uma frase extraída do hino oficial do município.

BOA ESPERANÇA

(… Lugar abençoado por Deus …)

Brasão da cidade de Boa Esperança

O município de Boa Esperança, cuja sede está localizada nas coordenadas geográficas: latitude -18.5389 e longitude -40.2967, e tem entre os seus cartões postais a pedra da Botelha, teve sua origem por volta de 1915 na chamada “Fazenda Boa Mira”, no então distrito de Nova Venécia, do município de São Mateus.

Alguns anos depois, aproximadamente em 1920, com o aumento populacional passou a ser denominado “Povoado de Boa Esperança”. Com a chegada do progresso e o constante aumento da população, uns trinta anos mais se passaram até que o povoado fosse elevado à categoria de “Distrito de Boa Esperança” (Lei Estadual nº 265, de 22/10/1949).

A elevação à condição de “Município de Boa Esperança” somente adveio quando da edição da Lei Estadual nº 1.912, de 23/12/1963, e, atualmente é composto de três distritos: Boa Esperança (Sede), Santo Antônio do Pousalegre e São José do Sobradinho.

De acordo com a tradição a toponímia municipal deve-se ao fato de que os primeiros moradores tinham esperança de uma vida melhor, uma boa esperança quanto à nova localidade.

BOM JESUS DO NORTE

(…Hospitalidade é o lema da cidade…)

Brasão da cidade de Bom Jesus do Norte

Bom Jesus do Norte tem origem aproximadamente na década de 1880 no então “Povoado de Jardim” pertencente ao município de São José do Calçado.

Com o crescimento do povoado e a edição da Lei Municipal de 5/4/1895, o mesmo foi elevado à categoria de “Distrito de Jardim. Mas, a partir da vigência da Lei Estadual nº 9.941, de 11/11/1938 passou a se chamar “Distrito Bom Jesus do Norte”.

Um quarto de século depois houve a elevação à categoria de município, mantendo o mesmo nome, conforme constou da Lei Estadual nº 1.911, de 13/12/1963.

A toponímia municipal é curiosa, tendo em vista que a cidade está localizada no extremo sul do estado do Espírito Santo, na divisa com o estado do Rio de Janeiro. Mas o topônimo refere-se ao padroeiro, Bom Jesus, e a posição geográfica da cidade em relação ao rio Itabapoana, que banha a região. A referência à posição norte é para diferenciar da cidade de Bom Jesus do Itabapoana, que está do outro lado da divisa interestadual, separada por uma ponte.

BREJETUBA

“…Tú es forte…”

Bandeira da cidade de Brejetuba

A atual “Capital Estadual do Café Arábica”. Assim declarada pela Lei Estadual nº 9.848, de 5/6/2012 teve início por volta de 1880 em um pequeno povoado do município de Afonso Cláudio. À época chamado de “Povoado de Brejaúba”.

Meio século depois, com a edição da Lei Estadual nº 1.739, de 13/1/1930, aquele diminuto povoado foi elevado a categoria de “Distrito de Brejaúba”. Mas teve o seu nome alterado pelo Decreto-Lei nº 15.177, de 31/12/1943 passando a se chamar “Distrito de Brejetuba”.

Somente em 1995 seu território foi desmembrado de Afonso Cláudio e se transformou no “Município de Brejetuba” (Lei Estadual nº 5.146, de 15/12/1995)

A alteração toponímica de Brejaúba para Brejetuba deveu-se ao fato de que a palavra de origem Tupi da qual se origina, ou seja: ybirayá-yba, significa o Bosque de brejaúvas, lugar onde há muitas brejaúvas, que é uma “árvore de madeira rija”. Palmeira de cuja madeira se serviam os índios para fazerem os seus arcos (“Topônimos e Epônimos Capixabas”, de J.W. Emery Carvalho, Ed. IHGES, 1999)

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

(…Vivo só pensando em ti…)

Lá pelo ano de 1812, o então presidente da província do Espírito Santo, o português Francisco Alberto Rubim da Fonseca e Sá Pereira recebeu a incumbência da Coroa para desenvolver o povoamento nos sertões do Estado, que era habitado pelos índios Puris. A partir de então teve início o “Arraial das “Cachoeiras do Itapemirim”, no gigantesco município de Itapemirim.

Passados mais de quarenta anos, exatamente quando da edição do Decreto Provincial nº 11, de 16/7/1856, aquele arraial teve o seu nome modificado e foi elevado à categoria de “Freguesia de São Pedro de Cachoeiro de Itapemirim”.

O desenvolvimento humano na região foi tão grande, que em menos de uma década depois foi elevado à categoria de vila, o mesmo que município, e novamente foi renomeado, passando a se chamar “Vila de São Pedro do Cachoeiro”, conforme Decreto Provincial nº 9, de 23/11/1864.

No alvorecer da república, com a edição Decreto Estadual nº 4, de 26/12/1889, teve sua denominação novamente alterada, passado a ser como a conhecemos até os dias atuais: “Município de Cachoeiro de Itapemirim”. Declarado “Capital Estadual do Mármore”, a partir da vigência da Lei Estadual nº 9.778, de 2/1/2012.

O topónimo municipal decorre do fato de que, depois de quilômetros de águas mansas e navegáveis, o rio Itapemirim chega a um trecho de corredeiras ou cachoeiras.

Até a próxima.

Conheça a origem toponímica de outros municípios capixabas em: https://euamomeubairro.com.br/category/coluna-direito-e-historia-por-gilber-rubim-rangel/

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